Plano B – Você Precisa Ter Um
(02/10/2006)

Existe um provérbio que afirma: a única coisa imutável é a mudança.

Você sabia que tudo muda? O governo, as empresas… e até você mesmo. Quem nunca mudou de casa, de emprego, de amores, de…? Mudanças trazem novas demandas, novos procedimentos, novas habilidades, novos conhecimentos, novas atitudes, novas competências. As mudanças nos enriquecem e nos fazem crescer como pessoa e como profissionais.

Não há por onde escapar. As mudanças fazem com que nós também mudemos. E para progredir e ir adiante, devemos eliminar nossas velhas crenças que nos deixam ficar apegados ao passado, eliminar a velha máxima “sempre funcionou bem desta maneira”.

Eliminar também o medo da mudança, a preguiça, o imobilismo, a falta de coragem, etc.

E isto se aplica também à qualquer atividade profissional. Nossos pais e nossos avós tinham como parâmetro (crença) formar-se em uma faculdade, arrumar um emprego em uma corporação e ir ascendendo na mesma carreira até a aposentadoria.

Hoje, a realidade é outra. E não é incomum pessoas com menos de 40 anos já terem trabalhado em mais de três empresas. E isto se deve à globalização e à nova economia, onde são patentes novas oportunidades, novas profissões e maior competitividade. Por outro lado, a globalização também trouxe sua face cruel: o desemprego.

Se você está empregado hoje, amanhã poderá fazer parte do rol dos desempregados. E a sua demissão chega sem aviso prévio, sem você estar esperando, naquele dia no final do expediente.

Caso isto aconteça, você está preparado? Você já pensou nas consequências? Se a sua resposta for não, então é bom começar a pensar enquanto você está empregado.

O que é necessário? Um bom plano B. Isto, nos dias de hoje, já não é algo que passa pela cabeça dos mais velhos, mas já se constitui um objetivo de pessoas mais jovens que começam a se preocupar com seu futuro no início de suas carreiras.

Muitas são as causas que levam as pessoas a buscar e planejar um plano B para sua vida: não se sentir feliz com o que faz (trabalhar desmotivado), problemas sérios com os superiores, alto nível de estresse no curto prazo, atividade em declínio com perda do padrão de vida, não utilização de todo o seu potencial, falta de crescimento dentro da empresa, entre outras.

A psicóloga Dorli Kamkhagi afirma: “impulsionadas pelo desejo de buscar felicidade ou qualidade de vida ou obrigadas pela caótica situação financeira do país, as pessoas estão se movimentando mais. Ter mais de um interesse na vida virou uma forma de sobrevivência”.

Daniel Torres, empresário, descobriu seu plano B ainda jovem, antes de seus 30 anos. E reconhece: “nem todas as pessoas conseguem enxergar seu plano B ou não tem coragem para realiza-lo. Quem não concretiza seu sonho, fica sempre no meio do caminho”.

Silvana Case, que trabalhou como headhunter por dezoito anos, é de opinião que “o plano B é saudável por representar uma saída de segurança para momentos difíceis”.

Abrir a própria empresa (37%), transformar o hobby em negócio (20%), mudar de cargo dentro da empresa (16%), tornar-se professor (9%), ser autônomo (4%), são as alternativas detectadas pela H2R Pesquisas Avançadas, como objetivos do plano B. Já os principais motivadores detectados nesta pesquisa foram: qualidade de vida (40%), aposentadoria (31%), aumento de renda (14%), crescimento profissional (7%), herança para os filhos (6%), outros (2%).

Manter uma carreira ou uma atividade paralela ou fazer planos para iniciar seu próprio empreendimento são idéias que já estão se tornando realidade. Tanto que já é comum a existência de profissionais que colocaram em prática seu plano B sem abandonar sua atividade, mesmo estando felizes e satisfeitos com o que fazem.

Portanto, se você ainda está empregado, que tal começar a pensar, de fato, neste assunto? Daniela Paiva afirma que o plano B nada mais é do que a resposta à pergunta: “o que eu faria se fosse demitido hoje?”

Pensou no assunto? Ótimo. Porque, a partir de agora, comece a se preparar levando em consideração as “dicas” abaixo. Procure sempre:

E se você realmente decidiu implementar seu plano B, Karina Klinger descreve o que ajuda no planejamento do mesmo:

E, acima de tudo, confie em você mesmo. Isto é requisito fundamental porque toda e qualquer mudança, além de gerar dificuldades, percalços, obstáculos, podem leva-lo a desistir de seu plano B. E aí, quantos anos poderão se passar até que você resolva, novamente, “tirar sua bunda da cadeira?”.

Nunca esqueça as palavras do grande Chico Xavier: “ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas todos podem recomeçar agora e fazer um novo fim”.