RESPONSABILIDADE SOCIAL
(19/02/2012)

Urias Sérgio de Freitas

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Estamos passando por uma situação extremamente difícil em relação ao futuro de nossas gerações, com respeito à responsabilidade e aos limites de cada um de nós e colheremos, certamente, aquilo que plantarmos.

As desigualdades sociais intensas geram sofrimento e privações e acabam por consumir, por inteiro, o principio natural de solidariedade dos jovens menos favorecidos, em razão da precariedade das condições de vida, transformando suas tendências naturais de relacionamento humano em revolta e repulsa por seus semelhantes.

É muito fácil acreditar que a grande quantidade das crianças e adolescentes, mesmo sendo criados em condições subumanas neste país, em meio à exclusão social e submetidos aos rigores do frio e da fome, trilharão por caminhos floridos, longe do vício e da contravenção.

Além de conviver com todos os tipos de dificuldades e privações, por não terem direito a uma refeição decente nem onde dormir, ao olhar para os lados, convivem com a minoria saudável, de roupas bonitas, brinquedos caros e na exuberância do luxo de belas casas e confortáveis carros. E aí a revolta se esparge.

Para entender os problemas de nossos jovens é preciso que nos coloquemos no lugar deles.

Como será que se sentem, por dentro, esses adolescentes, que vêem suas mães e irmãs se prostituindo, com fome e sem o menor conforto, passando por toda a sorte de dificuldades, sendo obrigados a aderir à contravenção para sobreviver? Para eles, somos simplesmente integrantes de uma sociedade mesquinha, corresponsáveis por sua desdita e sofrimento.

O governo federal com sua política tacanha e demagógica conveniência, comprou a dignidade do povo com o “Bolsa Família” induzindo a população menos favorecida às benesses do assistencialismo e da caridade planejada, para fortalecimento da popularidade de seu partido e interesses de seus pares.

Sem um programa educacional eficiente, arrotam ter reduzido à expressão mais simples o analfabetismo, como se ensinar a escrever o próprio nome apenas fosse o suficiente para sua alfabetização. Não mais existem programas nas escolas sobre moral e civismo ou qualquer outro direcionamento que permita a complementação da educação social de nossos jovens. Os maus exemplos se sucedem, aos quatro cantos, servindo apenas de espelho para a consolidação de uma formação intelectual e social pervertida, pelo mau comportamento de políticos que desonram nossos estados e nosso próprio país.

Que legado esse meu Deus! Que herança deixaremos para nossos filhos e netos? Só mentiras, embustes e falsidade! E o pior de tudo isso é a convicção de nossa própria culpa, em razão de nossa participatividade e de nossa solidária omissão, da tolerância e de nossa inocente cumplicidade. A cada dia que passa, mais escândalos, mais imoralidades e mais vandalismos.

Sob a égide “a voz do povo é a voz de Deus”, mantêm a popularidade em alta, além de apoiar a vergonhosa atuação de nossos parlamentares no congresso, acreditando na força do poder do populismo exacerbado na memória de uma trajetória política demagógica e inescrupulosa, contrária à inclusão social e em prejuízo de nossa população menos favorecida.

A educação e a saúde precisam ser consideradas como as bases estruturais de nossa política social e entendidas como a única solução para eliminação das causas desses efeitos nocivos à nossa sociedade.

E a criminalidade aumenta em proporções absurdas, em razão do sucateamento de nossas leis e do fortalecimento da impunidade.

Criamos nossos filhos à luz da integridade e dos ensinamentos de nossos pais, que sempre respeitaram o alheio, o sentimento do próximo e nossa própria Pátria. Seguindo esses exemplos demos-lhes educação e dignidade, ensinando-lhes os princípios de brasilidade.

Reservamo-nos, portanto, dessa forma, o direito de bater no peito e gritar nosso inconformismo, em razão da decência de nossos atos e da coerência de nossas ações, contrários ao mar de lama que hoje existe em nosso país.

Fonte: O Gerente.