A DERROCADA FINAL
(30/03/2008)

Maria Christina Ferreira Gomes

Ninguém percebe a correria louca em demanda da sobrevivência.

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Como mudam os conceitos a cada instante na vida de cada um. O que ontem era tido como erro, hoje se patenteia como certo. Ninguém, ou muito poucos, percebem que a cada passo aproximam-se mais de um abismo profundo. A vaidade, a hipocrisia e a falsidade, tudo comandam nas atitudes de cada um que a isso se submete, e assim vão se formando os charcos imundos em que proliferam as obras de seus autores.

Não adianta olhar para os outros, querendo apontar seus defeitos, pois cada um pessoalmente, é vitima de sua própria negligência e indiferença face às leis da Criação.

Ninguém percebe a correria louca em demanda da sobrevivência. Luta para obter o bem estar, luta para ter o que comer, luta para ter o que vestir, luta pelo alimento.

Os conceitos foram se modificando paulatinamente, e o modernismo triunfou, carregando em seu regaço a maior parte da humanidade, seja na maneira de falar, na maneira de comer, na maneira de vestir. O modismo triunfou, e a mulher, medianeira do lar, foi para a rua a fim de se igualar aos homens. Pensa triunfar na conquista de valores que a façam sobressair no meio em que vive. Triste realidade, pois a sua feminilidade ficou embargada em sua evolução, frente a um campo de luta ao qual não pertence. E hoje, para onde quer que se olhe, nota-se que cada um só cuida do próprio interesse, seja nas profissões, nos trabalhos, nas escolas, em fim, na vida em geral. Os vícios, pendores e fraquezas, assomam a pele como parasitas, os quais sufocam os bons pensamentos.

A cada instante tudo se aproxima da hora do desfecho final. Os conceitos foram violentamente torcidos, e quase ninguém se dá conta da desalentadora realidade, e isso, porque cada um se encontra dentro desse circulo de efetivações. A ruína espreita em cada canto e nem a maior vontade conseguirá afastar o efeito retroativo desta época da decadência, onde o que mais vale é a conquista do “Aqui e Agora”, sem se importar se está certo ou errado.

E a culpa de quem é? De cada um de nós, pois cada um individualmente e de pleno livre-arbítrio, cavou a sua própria sepultura, donde jamais poderá se erguer, se não travar em tempo certo, embora tarde, a maior luta, que é dentro de si mesmo, por ter conferido valores as coisas vis e falsas, o que o fez degradar e torcer tudo o que é bom, transformando este planeta numa arena de horror.

Quando o desespero e a miséria assomarem aos lares, que cada qual bata no próprio peito e se acuse impiedosamente, pois o grande lar da maravilhosa criação foi destruído e vilipendiado pela transformação dos sagrados conceitos que foram deformados e torcidos por aqueles que não almejam o bem. Já aqueles que têm anseio por um mundo melhor, encontrarão forças para ajudar a florescer o bom e o belo, o que fará a primavera brilhar novamente neste planeta azul!!