ABRAÇAR O MUNDO
(26/10/2007)

Maria Christina Ferreira Gomes

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Quem dentre as pessoas não conhece essas palavras ditas, ora com sarcasmos, outras com doces lembranças, mas que deixando entrever anseios difusos, em busca de algo muitas vezes não alcançado, fazendo não raro, perder um precioso tempo que melhor teria sido aproveitado se realmente se buscasse a realização de algo real, o que elas demonstram na maioria dos casos, é uma correria louca em busca somente de coisas terrenas, passageiras, que não contém em si algo pelo que valesse a pena lutar.

De que adianta correr pelo tempo afora, querendo abraçar o mundo, como se alcançar um ponto fosse à meta final de um ser humano…

Não, não se consegue abraçar o mundo! O que se consegue é fugir da realidade, desperdiçando o precioso tempo que nos foi concedido a fim de alcançarmos uma maturidade maior, que nos possibilita ir em busca de valores reais, que nos faz abrir os olhos para a realidade serena que impera na natureza, em suas manifestações do dar e receber, no equilíbrio que impera em todas as suas formas, seja na flora ou fauna, nas estações que mudam numa sequência ininterrupta, e nas horas que passam sem voltar…

Querer abraçar o mundo, demonstra o ímpeto contagiante da mocidade, em busca de algo que se sabe existir, mas que não se consegue encontrar, porque se sentem perdidos em meio a uma sociedade competitiva, em que o que vale são as coisas perecíveis, que cansam e paralisam as forças remanescentes, atirando-os na vala comum e profunda dos incompreendidos, pois realmente nem sabem mais o que querem, nem porque estão correndo afoitamente ao quererem abraçar o mundo…

Tenho pena da juventude, mas é a triste realidade deste nosso planeta Terra, cujos frutos semeados pelos seres humanos deveriam ter sido o enobrecimento de tudo, o amor verdadeiro, a lealdade e a fidelidade ao nosso Onipotente Criador…

Porém a maioria dos jovens de hoje já nem sabe mais o que realmente querem. Vivem impulsionados pela ganância de terceiros, assediados por toda sorte de coisas que não passariam frente a um olhar sincero.

Sim, a mocidade se vê perdida diante de um mundo hostil, onde proliferam as maiores imundícies de que se é capaz de imaginar.

Porém esse mundo, cada um de nós ajudou a construir e hoje recebemos os frutos de nossa semeadura.

Mas nem tudo está perdido!

Em meio aos escombros da ruína, ainda pode arder a chama do entusiasmo para o bem, a chama que clareia, que norteia para o que é bom, que conclama para a verdadeiraatividade, que é a demanda de reconhecimentos superiores, que eleva o ambiente enobrecendo-o com a atuação benéfica.

Então nem os jovens de hoje ou os adultos que no passado quiseram o mesmo, desejarão abraçar o mundo, mas sim procurarão enquadrar suas vidas no ritmo uniforme das leis da natureza, que presenteiam aos que realmente almejam o bem, a possibilidade de renascer no espírito, em meio aos escombros desta nossa época, que se nos afigura como a Época da Decadência.

Nota: O mundo não é infinito, é a criação material com todas as suas gradações e universos, e, o planeta Terra situa-se num desses universos em meio a bilhões de sistemas solares. Porém ele se constitui em sua espécie no campo de desenvolvimento para os espíritos humanos.

Quem se interessar pelo assunto, encontrará no livro Na Luz da Verdade, de Abdruschin, primeiro volume, elucidações sobre o assunto na Dissertação O Mundo. E no livro de Roselis Von Sass, O Nascimento da Terra.