DAR E RECEBER

J. Nivaldo Alvarez

Pergunta: Tudo o que temos nos é concedido por graça do Criador, e por isso devemos também dar? Como? Para quem? Quanto?

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“Àquele a quem muito for dado, muito será exigido.” (Lucas l2. 48). Estas palavras se referem principalmente à parte espiritual e, como decorrência, também à material, mas não se restringe a valores monetários. Cada indivíduo deverá sentir por si o que está recebendo e o que deverá dar para manter o equilíbrio entre o dar e o receber.

Seria correto (ou justo) fixar um valor ou uma porcentagem e determinar um preço para se “pagar” o que de graça se teria recebido? Assim, aquele que recebeu muito, ao lhe ser pedido um valor, e ele pagando, estaria quite com o Criador? Pois tendo recebido tudo por graça deveria retribuir com aquele valor! Este seria o preço cobrado pelo Criador?

Como podemos observar nas Leis da Criação, em tudo deve presidir o equilíbrio (quem ainda não percebeu isso pode começar a observar a partir de agora). Aquele que recebe deve retribuir. Mas isso não quer dizer “dinheiro”. O que nós recebemos é decorrente dessas Leis da Criação (dependendo da nossa atuação, da nossa vontade, de nossas vivências, daquilo que trazemos de vidas anteriores) e para equilibrar devemos retribuir com nossa parcela… mas não está estipulado que deve ser em dinheiro, nem com sacrifícios.

Como avaliar uma porcentagem de sua saúde? Como avaliar uma porcentagem da sua alegria, ou da sua felicidade? Então não será uma parcela de dinheiro (ou um sacrifício) que irá pagar tudo aquilo que o ser humano recebe. Deverá, sim, retribuir dentro da Criação para o perfeito equilíbrio com igual intensidade a tudo aquilo que recebeu.

Mas cada um deve se esforçar para poder julgar por si qual a retribuição que consiga manter o equilíbrio de sua balança. Por que acreditar que tudo o que recebemos através das Leis da Criação tem um preço, estabelecido pelos seres humanos? Até que seria muito mais fácil e cômodo retribuir dessa forma do que se esforçar para viver dentro das Leis da Criação, não desequilibrando a sua “conta corrente”, para não ficar no débito.

É só pensar um pouco e analisar para chegar a uma conclusão. Observar os acontecimentos que nos envolvem e nos atingem é um bom começo. Analisá-los já seria uma evolução, que traria bons resultados de imediato. Comece a agir logo. Dê de si aos seus semelhantes, agindo como doador e não pagador. Observe onde seus préstimos ou suas palavras são necessários e participe sem esperar que lhe peçam. Tenha compreensão pelas dificuldades dos seus semelhantes, e se nada puder fazer em sua ajuda, algumas palavras de incentivo poderão auxiliar muito (até mesmo em pensamento pode-se ajudar). O bom exemplo é uma forma eficiente de dar algo à humanidade, mesmo que os beneficiados não se apercebam de onde teria vindo o auxílio. Em breve começará a perceber o resultado da atuação da lei do equilíbrio entre o dar e receber. Tente, não custa nada!