O INÍCIO DA CAMINHADA

J. Nivaldo Alvarez

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A leitura do artigo anterior (O Primeiro Passo) motivou outra pergunta daqueles que já se dispõem a dar esse passo:

“Como deve agir aquele ser humano que já chegou ao ponto de iniciar sua caminhada na busca para a ascensão espiritual?”.

Vamos procurar formar uma imagem para tentar transmitir o que já aprendemos e vivenciamos a respeito desse assunto.

Quem já deu o primeiro passo para a sua ascensão espiritual deve realizar essa escalada subindo degrau por degrau, não deve dar saltos, deve familiarizar-se com cada degrau alcançado. Esse é exatamente o termo: “familiarizar-se”. Tem de familiarizar-se com o degrau que ocupa, para posteriormente galgar outro. Por isso a ascensão não é rápida. Não é um rojão (o rojão sobe, estoura e logo após cai vazio). O ser humano deve ir firme, degrau por degrau. Quando estiver bem familiarizado com o degrau que ocupa, o horizonte se abre e ele vislumbra um novo degrau – somente após assimilar bem as vivências do degrau em que está. (Podemos chamar degrau, plano, nível, estágio, mas degrau define muito bem).

Familiarizar-se significa usufruir das vivências que os acontecimentos lhe proporcionam. Isto lhe dá energia, força e o coloca no novo degrau. Se no degrau anterior ele conheceu tudo, no novo degrau ela ainda não conhece nada. Chegou a cem no degrau de baixo, agora começa do zero no degrau de cima. Novamente tem que se familiarizar com esse novo estágio que ele vai ter. Experimentar novos acontecimentos, porque a vida prossegue, a vida não pára, é dinâmica.

Neste novo degrau terá outras experiências. É assim na escadaria da evolução, tem de galgar degrau por degrau. Não se pode dar saltos, pois assim não teria a base dos degraus anteriores, e não conseguiria se manter no degrau de cima, tombaria de vez. Reveses o ser humano sofre constantemente na sua luta pela vida, no aprendizado. Sofre decepções, sofre amarguras, tem algumas alegrias. Tudo isto faz parte das vivências necessárias a cada indivíduo, para sua evolução espiritual, desde que ele assimile. Assimilando, aquilo passa a ser vivência.

Observamos que os acontecimentos estão chamando a nossa atenção, vemos como se encaixam direitinho. Quem prestar atenção vê. É próprio do ser humano querer “descontar o tempo perdido”. Nesse querer descontar o tempo perdido, o indivíduo pensa: “fiquei tanto tempo sem fazer nada, mas agora vou acelerar”. Na evolução espiritual não pode saltar alguns degraus, porque há uma sequência. Esta sequência deve ser seguida se quiser aprender cada vez mais. Uma etapa sempre é base para a outra. A base é muito importante.

O leitor pode achar estranho que estamos sendo repetitivos ao usar muito a palavra “vivência”, mas nós vamos continuar a empregá-la, nas nossas tentativas de conscientizar as pessoas de que essa é a única forma para que o espírito evolua através dos acontecimentos que nos rodeiam e se precipitam sobre nós, no cotidiano de nossas vidas.

São esses acontecimentos que nos dão a base para continuarmos a escalada, e ela só se consolida se partirmos para a análise. Analisar é examinar as ocorrências mais simples para chegar à compreensão das mais complicadas e poder prosseguir na caminhada para a ascensão espiritual, não esquecendo aquele conselho importante: “CONSERVAR LIMPO O FOCO DOS PENSAMENTOS”.

Esse é o caminho certo!