ANO NOVO

J. Nivaldo Alvarez

“Que os momentos (felizes ou não), vividos por nós no ano que findou, se transformem em estímulo para que tenhamos um Ano Novo repleto de momentos felizes.”

Estes são os dizeres de um cartão que, simbolicamente, estou enviando aos meus leitores. É meu desejo sincero que as pessoas não procurem se “livrar” do ano velho como coisa já superada e que os acontecimentos nele havidos sejam esquecidos, e não mais se repitam. A história nos conta justamente o contrário. Os fatos se repetem e até se agravam; o amor e a compreensão entre os seres humanos se degradam cada vez mais; a paz está cada vez mais longe e o fantasma da guerra ronda todo o planeta. Insegurança, medo, intolerância, vingança, inveja, tudo aumenta de ano para ano.

E todo fim de ano trocam-se votos de “feliz ano novo”, ou seja, desejos que o ano novo traga paz, alegria, amor, prosperidade… como se fosse possível apagar tudo o que foi gerado pelos pensamentos, palavras e atos dos seres humanos no ano anterior, e, num passe de mágica, o novo ano só apresente tudo de bom que as pessoas desejam, sem que para isso tenham contribuído com suas atitudes (pensamentos, palavras e ações).

O que se vê então? A partir do dia 2 de janeiro, acabada a euforia da “passagem”, tudo continua na mesma, ou seja, piorando a cada dia. Isso acontece todos os anos, mas ninguém aprende. Será válido trocar 364 dias de sofrimento por um dia de alegria? (melhor dizer: de euforia?). Ou seria conveniente não esquecer os infortúnios do ano anterior e analisar todos os acontecimentos e seus efeitos, para daí tirar conclusões proveitosas, que poderiam melhorar a vida no ano seguinte? Agindo assim, cada um estaria criando para si momentos felizes, que somados proporcionariam um ano menos conturbado, gerando condições para que cada novo ano seja um pouco mais feliz que o anterior.

Só assim o ser humano obtém para si condições para um “feliz ano novo”, e quando todos conseguirem isso, todos terão um FELIZ ANO NOVO.