Parte 3 – A Conclusão

A Última Possibilidade de Salvação

Aquilo que não vibrar segundo as Leis da Criação, não subsistirá!

Assim se manifesta o Juízo Final sobre a Terra. Nada do que não quiser ou não puder se amoldar às Leis da Criação poderá subsistir no Juízo.

O mal, contudo, é destruído por si mesmo. É levado à máxima florescência agora no Juízo, pela força da Luz, até que, não encontrando mais nenhum apoio, desmorona completamente. Para sempre. Este é também um dos significados da imagem da cobra que morde o próprio rabo. As trevas têm de se destruir mutuamente, para haver finalmente paz sobre a Terra.

Paz sobre a Terra! Uma paz que será imposta, e não acaso concedida por graça, não presenteada, como muitos esperam em relação à chegada da “nova era”. Quem agora ainda pretender se mostrar como um perturbador da paz, não poderá viver nessa nova época que se avizinha. E perturbador da paz é todo aquele que, consciente ou inconscientemente, vive de modo desarmonioso na Criação.

Tudo agora encontra-se em movimento acelerado, de forma que o mal (que é predominante entre os seres humanos) cresce em proporções jamais imaginadas. O mesmo se dá com o ser humano individualmente. Aquele que tem tendência à perversidade tornar-se-á cada vez mais perverso, quem deixa a desconfiança alojar-se dentro si tornar-se-á cada vez mais desconfiado, o que tem propensão a mentir não conseguirá viver sem mentiras, e assim por diante. Todas as excrescências geradas pelos seres humanos crescem agora continuamente.

Doente de corpo e alma, vegeta sobre a Terra uma humanidade que desde muito não se importa mais com a Vontade do seu Criador, tendo preferido seguir seus próprios caminhos, donde o último deles a conduzirá à aniquilação completa, à morte espiritual.

A Força da Luz obriga tudo a se exteriorizar. Assim, se houver ainda algo de bom no ser humano isso também se efetivará visivelmente. Daí surgem, por exemplo, os estados saudosos e indefinidos já mencionados, relacionados a uma época em que a humanidade vivia feliz e sem culpas sobre a Terra, como também o anseio ardente de encontrar uma saída do caos atual e a vontade de melhorar. (1) Essas manifestações são indícios de coisas boas que estavam escondidas nos recônditos da alma, as quais a irradiação do Juízo também traz à tona, como tudo o mais.

Cabe então ao ser humano aproveitar ao máximo essas intuições, não permitindo que sejam sufocadas por ponderações restritas do cérebro. Deve dar vazão a todas as coisas boas que por ventura surjam em seu íntimo. Deve, sobretudo, fortalecer ao máximo sua vontade para o bem, para tudo quanto é nobre e puro. Agindo dessa forma ele receberá auxílios inimaginados, e será conduzido cuidadosamente nessa época triste, a fim de reconhecer a Verdade e alcançar a sua salvação.

Contudo, são bem diversos os auxílios que chegam para um ser humano bom. Pode ser uma grande alegria ou uma dor intensa, pouco importa. O que vale é que a vivência inesperada o faz movimentar-se mais espiritualmente, fortalecendo nele a convicção em seguir o caminho do bem. Muitas vezes apenas acontecimentos dolorosos são ainda capazes de fazer acordar em tempo um espírito humano semi-adormecido. Isso é então um ato de graça do Amor divino, que não permanece parado onde existe a possibilidade de auxílio, evidenciada pelo anseio de um ser humano bom em melhorar. A chama de uma fogueira que está se apagando também se vivifica e se fortalece quando é atingida por um vento mais forte.

Certamente muitos já se depararam com uma situação muito comum quando se vai utilizar um automóvel. Ao se abrir a porta, uma borboleta ou qualquer outro inseto voador entra e começa a se debater contra o vidro do carro. A pessoa que está no carro procura ajudar a borboleta a escapar dali, dando-lhe pequenos golpes com a mão. Para a borboleta a situação é desesperadora: além de estar presa em algo que não vê, ainda aparece algo tentando golpeá-la por trás! Ela não sabe que aqueles golpes estão, na verdade, auxiliando-a, para que reencontre o caminho da liberdade perdida.

De maneira semelhante ocorre com o ser humano, que por vontade própria ficou preso nas teias invisíveis de caminhos falsos, mas que, mesmo assim, se mostra merecedor de auxílio. Receberá sua ajuda com toda a certeza, pouco importando a forma como isso se dê.

Como tudo se encontra em movimento acelerado, também a natureza produz as assim chamadas catástrofes em escala nunca vista anteriormente. Não só a alma humana se encontra em ebulição, mas também o planeta em que habitamos. Como já dito anteriormente, todos esses efeitos do Juízo deveriam servir para fazer acordar o espírito humano em tempo de poder se salvar. No entanto, a maior parte passará cega e surda em relação a todos esses acontecimentos. Em relação ao acúmulo crescente das catástrofes da natureza, os seres humanos simplesmente o ignoram. Em relação às suas próprias dores de alma, procuram curá-las com sessões de psicanálise e medicamentos. Como se antidepressivos fossem capazes de livrar a alma toda a sujeira nela acumulada durante milênios.

O tempo que nos resta é escasso. Muito escasso. Preciosíssimo. Um espírito humano que desperta no Juízo não pode perder um minuto sequer a fim de iniciar o trabalho de limpeza de sua alma, para transformar-se num ser humano completamente novo, que vibra integralmente na Vontade do seu Criador. Se ele não aproveitar os abalos de alma que recaem agora sobre si, voltará a cair no sono indolente do espírito. Um sono a princípio agradável, aconchegante, que rechaça para longe, bem depressa, qualquer estímulo à movimentação. Mas com isso ele perde, levianamente, a última possibilidade de salvação. Quando der por si, será tarde demais. Seu espírito estará com os membros enrijecidos por ter dormido tanto tempo, e não poderá mais se movimentar, mesmo que queira.

Nosso planeta está sendo limpo. Após o Juízo nada mais restará de toda a imundície; a Terra estará livre de todo o mal, e também de todos os seres humanos maus. A limpeza é completa, profunda, tão profunda que nada pode se esconder dos raios purificadores do Juízo Final. A astúcia e a sutileza do raciocínio humano já não servem de nada agora. Por ser uma limpeza tão profunda é que se torna necessário que tudo venha à tona, mesmo aquilo que já parecia extinto na alma humana. Toda a sujeira tem de se mostrar, tem de se apresentar visivelmente nessa nossa época, antes de ser varrida de uma vez por todas da face da Terra.

As Leis da Criação foram agora reforçadas, isto é, seus efeitos foram acelerados. Elas obrigam tudo a andar direito, conforme tem de ser. Aquilo que ainda não puder ou não quiser curvar-se a elas, ou seja, obedecê-las integralmente, terá de quebrar. Contudo, elas somente ferem e machucam onde algo se contraponha hostilmente, não querendo se ajustar. O ser humano terreno sente isso então como golpes inesperados do destino e, na sua ignorância, atribui o que lhe atinge à má sorte ou ao acaso. Como, por sua própria culpa, ele nada sabe dessas Leis, continua sendo sacudido de um lado para o outro, cada vez mais intensamente, como um arbusto numa tempestade.

De modo inteiramente diverso ocorre com aquele que conhece as Leis da Criação e procura viver em conformidade com elas. Em sua atuação reforçada essas Leis o auxiliam ainda mais visivelmente, outorgando-lhe, por fim, como consequência natural, paz e felicidade. O mundo todo então pode desabar à sua volta… nada poderá atingi-lo. Está seguro e livre dentro de si mesmo, e serenamente continua sua caminhada em direção ao alto, para onde essas mesmas Leis o levam com ímpeto crescente.

Por isso, torno a repetir, é tão necessário ao ser humano interessar-se finalmente pela Vontade Daquele que o criou. Só seguindo incondicionalmente esta Vontade ele poderá ter a perspectiva de salvação.

  1. Os livros da autora Roselis von Sass (publicados pela Editora Ordem do Graal na Terra) trazem várias passagens sobre a época áurea dos povos da humanidade e posterior decadência. Voltar