Parte 2 – A Efetivação

As Catástrofes da Natureza

Terremotos

O aumento do número e da intensidade dos terremotos nos últimos anos deveria servir para sacudir também o íntimo dos seres humanos, para que se libertassem ainda em tempo de sua inércia espiritual.

Não passa um mês sem que tomemos conhecimento de algum terremoto significativo. E isso porque os tremores menores, que também causam extensos danos e muita apreensão, não são sequer noticiados.

Estima-se que ocorram a cada ano cerca de 500 mil tremores em todo o globo, havendo quem fale até de um milhão de sismos, dos quais 100 mil são percebidos pelas pessoas com seus próprios sentidos e pelo menos mil causam danos. A Terra está tremendo sem parar, o que nada de bom significa para os seres humanos. Um retrato disso pode ser visto na figura abaixo, montada pelos pesquisadores russos Denis Mischin e Alex Chulkov, que mostra os terremotos com magnitude superior a 4 graus na Escala Richter que sacudiram o planeta de janeiro de 1989 a setembro de 1997 (a cor indica a profundidade do epicentro).

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No Japão já se registrou, num único fim de semana, uma cadeia de mais de 200 terremotos de intensidade leve e moderada. Conquanto muitos japoneses considerem isso como uma característica “normal” de seu país, todos esses sismos e também a movimentação dos 86 vulcões ativos do país são na verdade prenúncios de uma catástrofe gigantesca, a qual, ao contrário do que até mesmo pessoas sérias e realistas imaginam, não está reservada a um futuro longínquo. Não é sem razão que desde a década de 70 já se verificava que muitas aves migratórias evitavam o Japão…

Essa situação de grande insegurança já fora prevista há milênios para toda a humanidade. Na Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, existe uma câmara, ou sala, chamada Câmara do Rei, ou Sala das Nações, ou ainda Sala do Juízo. Esta sala apresenta um piso desigual, indicando a insegurança dos seres humanos na época do Juízo em relação ao próprio solo que pisam. A explicação original do significado do piso irregular é transmitida por Roselis von Sass em sua obra A Grande Pirâmide Revela seu Segredo:

“O piso desigual indica que na época do Juízo os seres humanos não mais terão sob os pés um solo liso e firme. A terra onde eles se locomovem não contém mais nenhuma segurança para eles. Não sabem o que o próximo passo lhes pode trazer.”

Os dados estatísticos que analisaremos a seguir, não deixam margem a dúvidas quanto à veracidade destas palavras.

São considerados grandes terremotos aqueles de magnitude igual ou superior a 6 na escala Richter. Essa escala é logarítmica, por isso um terremoto de magnitude 7, por exemplo, é dez vezes mais forte que um terremoto de magnitude 6, e assim por diante. O terremoto de Kobe, no Japão, ocorrido em 17 de janeiro de 1995 e que foi considerado “o pior dos últimos 70 anos”, apresentou uma magnitude de 7,2 graus na escala Richter.

Em todo o século XIX ocorreram 41 grandes terremotos, acarretando pouco mais de 350 mil mortes. No século XX, até maio de 1997, já haviam ocorrido 96 grandes terremotos, que provocaram a morte de mais de 2 milhões e 150 mil pessoas. (1)

O gráfico abaixo mostra a ocorrência de grandes terremotos nos últimos 2 mil anos até 1997. Parte dos terremotos ocorridos nos séculos XVII e XVIII, e todos até o século XVI, foram considerados grandes em razão dos danos e mortes provocados.

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O gráfico a seguir faz uma comparação por década entre os grandes terremotos ocorridos nos séculos XIX e XX:

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Observa-se que com exceção da década de 50, todas as outras décadas do século XX tiveram maior número de grandes terremotos quando comparadas às atividades sísmicas no planeta de cem anos atrás.

Mesmo fazendo-se uso de outros critérios ou fontes, o aumento do número de terremotos em todo o mundo é um fato inquestionável. Uma pesquisadora americana, Sarah Davies, formulou as seguintes perguntas a um grupo de especialistas da área, através da Internet: “Está havendo um aumento na incidência de terremotos em todo o mundo neste século? Caso existam registros antigos, esse aumento tem-se verificado ao longo dos últimos 200 anos?”

Quem respondeu à questão de Sarah foi o vulcanologista Steve Mattox, da Universidade de North Dakota. Ele disse que seria melhor fazer uma análise da incidência apenas dos maiores terremotos já ocorridos, a fim de reduzir a dependência de observadores e do instrumental de medição. Segundo ele, na primeira metade do nosso século houve 15 terremotos desse tipo [de intensidade extrema], e na segunda metade haviam ocorrido até então 20 desses terremotos. Já em todo o século passado registraram-se apenas 7 terremotos extremos. (2) O Dr. Steve conclui: “Baseando-se nessa rápida análise de uma única fonte de informação, parece que a frequência de terremotos está aumentando. A grande questão é o porquê disso”.

Além da frequência aumentada, verifica-se também um crescimento da intensidade dos terremotos, alguns deles tornando-se até momentaneamente famosos em razão da destruição e do número de mortes, como os da Guatemala (um milhão de desabrigados) e da China (750 mil mortos) em 1976, o do México em 1985 e o do Japão em 1995. Infelizmente, também essas grandes catástrofes acabam sendo esquecidas após um tempo maior ou menor, transformando-se em meras curiosidades históricas.

Em 31 de maio de 1970, por exemplo, houve uma catástrofe no Peru sem paralelo na história humana até o presente (abril de 1998), com a possível exceção talvez da destruição da cidade de Pompéia, no ano 79 d.C., soterrada pela erupção do Vesúvio.

Naquele dia, um sismo violentíssimo numa região costeira do país – que segundo estimativas teria atingido 9 graus na escala Richter (ou próximo disso) – aliado à ação de um fenômeno pouco conhecido na época, o efeito estufa, fez desabar o pico norte do nevado de Huascaran, na cordilheira dos Andes, situado a 14,5 km de um importante centro econômico: a cidade de Yungay.

Em menos de três minutos Yungay foi soterrada por uma massa de gelo e entulho deslocando-se à velocidade de 330 km/h. Estima-se que pelo menos 30 mil pessoas morreram, soterradas por uma camada de 27 milhões de metros cúbicos de entulho, com espessura variando de quatro a dez metros. A repercussão desse extraordinário acontecimento foi, porém, muito pequena; primeiro porque aconteceu num país do 3º mundo, mas principalmente porque naquele dia estava sendo aberta a copa mundial de futebol…

Vamos ver agora como se dá o aumento da incidência de terremotos em algumas partes do mundo. A tabela apresentada a seguir mostra os terremotos registrados neste século, até a década de 70, na região do Oriente Médio:

Terremotos No Oriente Médio
Décadas Terremotos
1900 a 1909 141
1910 a 1919 154
1920 a 1929 321
1930 a 1939 358
1940 a 1949 347
1950 a 1959 467
1960 a 1969 1.205
1970 a 1979 1.553

Nos primeiros quarenta anos do século (de 1900 a 1939), ocorreram 974 terremotos na região. Nos quarenta anos seguintes (de 1940 a 1979), ocorreram 3.572 terremotos, quase 4 vezes mais que no primeiro período. Nas décadas de 60 e 70 houve 2.758 terremotos, quase mil a mais que nos sessenta anos anteriores (1.788 terremotos).

A tabela anterior foi plotada no gráfico de barras mostrado a seguir, permitindo visualizar o crescimento do número de terremotos por década naquela região.

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No Irã morreram cerca de 126 mil pessoas neste século (até fins de 1997) vítimas de terremotos. O maior deles (até agora), ocorrido em julho de 1990, deixou 40 mil mortos, 60 mil feridos e 500 mil desabrigados; as perdas materiais foram estimadas em US$ 7,2 bilhões.

Este terremoto deu origem a um filme iraniano intitulado “Vida e Nada Mais”. Numa cena do filme, em meio àquela destruição total, uma personagem pergunta atônita: “Que crime esta nação cometeu contra Deus para merecer tamanho castigo?” É uma pergunta cuja resposta qualquer um que acompanha com atenção os acontecimentos da nossa época pode dar…

Na China existe uma estatística que registra os terremotos com magnitude igual ou superior a 6,5. Na primeira década do século XX houve 18 tremores deste tipo. Nas três décadas seguintes houve, respectivamente, 35, 33 e 34 desses terremotos no país.

No Japão, os terremotos com magnitude igual ou superior a 6 são mostrados na tabela a seguir, abrangendo o final do século passado e o começo do século XX. Observa-se claramente o crescimento contínuo do número de grandes terremotos já na passagem de um século para outro.

Terremotos No Japão
Períodos Terremotos
1885 a 1894 69
1895 a 1904 127
1905 a 1914 149
1915 a 1924 229

Na América Latina houve três grandes terremotos nos vinte anos compreendidos entre 1926 a 1945. Nos vinte anos seguintes, de 1946 a 1965, houve quatro grandes terremotos. Já nos vinte anos que vão de 1966 a 1985 houve um total de 12 grandes terremotos.

Nos Estados Unidos e no Canadá ocorreram 15 grandes terremotos no período de trinta anos compreendido entre 1911 e 1940; nos trinta anos seguintes, de 1941 a 1970, houve 18 grandes terremotos. Apenas na década de 70 já haviam ocorrido 10 grandes terremotos na região. Na Califórnia ocorreram, em todo o século passado, 29 grandes terremotos; no século XX, até 1984, já haviam ocorrido 39 grandes terremotos. Em todo o século passado a capital dos Estados Unidos sentiu seis tremores; no século XX, até 1983, Washington já havia experimentado 19 terremotos.

Esses números são apenas uma amostragem do que vem ocorrendo no mundo todo, e demonstram de maneira inequívoca que a humanidade, agora, não tem mais “o solo firme sob os pés”. Nesses últimos anos do Juízo Final, os terremotos continuarão aumentando em todo o mundo, tanto em quantidade como em intensidade, como um dos mecanismos automáticos de limpeza e purificação da Terra. (3) Não são eventos arbitrários da natureza, tampouco uma “provação divina”, como alegou recentemente o governante de um país atingido por um sismo violentíssimo.

Os trechos selecionados de algumas notícias sobre terremotos e transcritos abaixo – dentre inúmeras outras veiculadas num período aproximado de três anos – mostram a total vulnerabilidade do ser humano frente a esse acontecimento da natureza. A magnitude dos fenômenos e a perplexidade de sobreviventes e repórteres, evidenciada em seus comentários, é um reconhecimento forçado da incapacidade humana de dominar com o seu intelecto as forças da natureza. O ser humano não pode dominar com a sua inteligência os fenômenos da natureza, ainda mais quando estes lhes trazem o indesviável retorno cármico de suas más ações.

Atualmente esse correto sentimento de incapacidade já está se difundindo na chamada “ciência de previsão de terremotos”. Muitos sismólogos americanos admitem que as tentativas de encontrar uma maneira de avisar as pessoas com minutos ou horas antes da ocorrência de um terremoto, resultaram inúteis. O sismólogo Thomas Heanton, da Califórnia, afirmou que “a sensação de otimismo inicial transformou-se em pessimismo”. Numa entrevista sobre o assunto, Heanton desabafou: “Se terremotos não podem ser previstos, como se deveria gastar os 100 milhões de dólares reservados nos Estados Unidos para a pesquisa de previsão dos terremotos? (…) Nós nunca seremos capazes de prever em detalhes quando um terremoto se tornará grande.”

Que distância não existe entre essas palavras e o tempo em que os seres humanos ainda viviam em harmonia com a natureza! Numa época em que eram avisados a tempo sobre terremotos e outros fenômenos naturais pelos enteais, os seres da natureza, relegados hoje aos contos de fada e grotescamente desfigurados nas imagens dos bonecos vendidos em lojas esotéricas.

Afastados do amor prestimoso dos enteais, confiando tão-somente no seu raciocínio e, por isso, agindo obstinadamente de modo contrário às Leis da natureza, quedam-se os seres humanos hoje impotentes e perplexos ante o recrudescimento dos fenômenos da natureza:

  1. Dados obtidos do Federal Institute for Geosciences and Natural Resources. Voltar
  2. Esses dados foram obtidos pelo Dr. Steve no “The Citizen's Guide to Geologic Hazards”. Voltar
  3. Numa amostragem aleatória entre maio e dezembro de 1995, registrou-se 33 fortes terremotos em todo o mundo, que causaram danos e mortes em número suficientemente elevado para serem notícias de jornais.

    Os países atingidos foram: Estados Unidos, Grécia, Rússia, Itália, Japão, China, Birmânia, Indonésia, Peru, Chile, México, Turquia, Argélia, Equador, Egito, Israel, Jordânia, Nicarágua e Colômbia. Voltar