15. Religião e Democracia

O regime democrático foi o máximo que os seres humanos conseguiram alcançar. É cheio de defeitos. Permite que o dinheiro público não seja administrado adequadamente, quando não desviado para fins inconfessáveis. A esfera do poder se acha altamente contaminada pelo poder do dinheiro, e muita coisa não anda como deveria no sentido do engrandecimento do ser humano através da educação e da cultura. Contudo, não fora o regime democrático, dificilmente as pessoas poderiam expressar as suas idéias livremente, o que significaria uma situação muito pior, possibilitando a prevalência da lei dos mais fortes.

Contudo a liberdade há que ser levada muito a sério, pois atualmente prevalece um sentido de liberdade sem a correspondente responsabilidade, e, somente esta pode dar legitimidade à liberdade de decidir, inerente ao espírito humano.

Muito importante também que os indivíduos não sejam obrigados a se filiar a determinada religião, mesmo reconhecendo nela defeitos humanos, ou então, ficarem subordinados a um regime totalitário que renegue a existência de Deus, suprimindo do ser humano a sagrada liberdade de crença no Altíssimo Senhor de Todos os Mundos. A esse respeito há uma grande lacuna que se amplia com o passar do tempo. A sabedoria dos povos antigos decorria de sua ligação com a natureza e o conhecimento de seus entes construtores e conservadores. Gregos, Romanos e Germanos tinham plena consciência da existência dos Enteais. Mas, para a humanidade de hoje restaram apenas lendas e fantasias. O Senhor do Sol existe realmente, embora não seja nenhum deus, mas sim um Servo de Deus.

A religião deveria amparar-se no conhecimento das leis da Criação que expressam a Vontade de Deus. A palavra Vontade precisa ser entendida de forma muito mais ampla, porque, sendo a Vontade de Deus perfeita, as leis que promovem o desenvolvimento dos mundos e a sua conservação são rigorosamente lógicas e imutáveis.

Conforme escreveu Abdruschin, na Mensagem do Graal, dissertação: Reconhecimento de Deus, 3º volume:

“Somente nas próprias Leis da Criação, outorgadas por Deus, pode o espírito humano chegar ao reconhecimento de Deus. E ele precisa impreterivelmente desse reconhecimento para a sua ascensão! Só nisso obterá aquele apoio, que lhe permite trilhar inabalavelmente o caminho prescrito e útil a ele para o aperfeiçoamento! Não diferentemente!”

Mas como poderemos pensar em aprimorar o ser humano e sua forma de governo colocando-a na direção do reconhecimento das leis da Criação? Estudando a Criação, começando pela natureza. Newton descobriu a lei da gravidade observando a queda de uma maçã. Ou seja, observando um fato natural ele vislumbrou uma das leis da Criação, cuja atuação é uniforme no Cosmos. A matéria flutua de conformidade com o seu peso específico dentro de seu campo gravitacional. Mas o conhecimento da Lei de Newton ficou restrito ao mundo material, quando na verdade a sua atuação vai muito além. A leveza flutua até o seu limite. O pesadume afunda na escuridão do reino das trevas.

Para a cabal compreensão das leis da Criação se faz mister uma nova humanidade. O saber dos antigos foi renegado e taxado de falso e pagão. Mas os povos antigos viviam estreitamente ligados à natureza e aos seus entes, conhecendo a naturalidade da vida.

Uma nova humanidade deverá tomar por base a educação, desde a mais tenra idade, possibilitando que as crianças se integrem no mundo da natureza do qual fazem parte, reconhecendo a milagrosa beleza das águas, matas, flores e montanhas, com os seus habitantes do mundo animal, que atuam na pureza do instinto irracional. Contemplando a grandeza do Sol e demais astros que giram uniformemente em suas órbitas. A criança que adquire a consciência da grandeza do mundo em que vive, fica a um passo de reconhecimentos superiores, do reconhecimento de Deus e de suas Leis vivas, o que a aproximará do ideal de perfeição, e somente seres humanos que buscarem a perfeição, poderão cultivar uma verdadeira democracia voltada para o bem geral, sem os corrompidos vícios do poder e dogmatismos que instabilizam as relações humanas, comprimindo tudo no teto baixo das mesquinhas vaidades e das incompreensões místicas. Vivemos num mundo de mentiras e ilusões onde tudo é falso e enganador. Somente numa legítima democracia os seres humanos poderão atingir o ápice de suas capacitações individuais utilizando-as para o bem geral, sem se perder nas trevas da ignorância.

Somente o profundo conhecimento das Leis da Criação e a sua correta utilização propiciarão o surgimento de seres verdadeiramente humanos, aptos a construírem na Terra, em gratidão ao Todo-Poderoso, um maravilhoso jardim de paz e harmonia para evoluírem e alcançarem a suprema felicidade de existir conscientemente. Então a própria democracia evoluirá para um sistema em que os estatutos humanos tenderão à perfeição por se assentarem sobre a solidez das Leis Vivas de Deus que regem os Universos, e serão acatados e respeitados porque contribuirão para a paz e harmonia entre os povos, respeitando as condições que asseguram a vida de todas as espécies, possibilitando uma existência sadia e equilibrada.

As famílias não se entendem, atrapalhando-se mutuamente com egoísmo e não raro com rancor, ao invés de oferecer um solo seguro com o apoio da sincera amizade. Os indivíduos se desencaminham levando uma existência errática de vícios, vagando a esmo pela vida sem propósitos definidos.

No trabalho as coisas não se passam de melhor forma. Os desentendimentos e conflitos são uma constante, deixando o ambiente sempre carregado e desgastante.

O ser humano vive num mundo de aparências. As suas atitudes raramente apresentam autenticidade, inclusive em suas práticas de culto religioso.

Muitos artistas e estudiosos focalizam com frequência em filmes e peças de teatro essa crise existencial, mostrando os aspectos desagradáveis e desarmoniosos. Nunca porém se consegue ir a fundo, mostrando a causa, ao porquê dessa instabilidade destrutiva.

Por que isso acontece com o ser humano?

“Nisso é que reside o segredo do êxito e estabilidade, ou da ruína. O que está construído nessas leis vivas da Criação recebe auxílio, trazendo êxito e também estabilidade. Onde, porém, tais leis não forem observadas, seja por ignorância, seja por obstinação, o desmoronamento efetivar-se-á irremediavelmente, após tempo maior ou menor, porque não conseguirá se manter permanentemente, pois não se encontra sobre nenhuma base firme e inamovível.

Eis porque tanta obra humana é efêmera, fato que não precisava ocorrer. A isso pertencem cultos de múltiplas espécies que constantemente têm de ser submetidos a transformações, se não devam sucumbir totalmente.

O Filho de Deus deu aos seres humanos, do modo mais simples e mais claro, na sua Palavra, o caminho certo pelo qual deviam conduzir sua existência terrena, correspondente à tecitura da Criação, a fim de, através das leis de Deus que se manifestam no tecer da Criação, serem apoiadas auxiliadoramente e elevados às alturas luminosas, para obterem paz e alegria aqui na Terra.

Infelizmente, contudo, as igrejas não se conservaram no caminho da salvação e soerguimento dos seres humanos, dado pelo próprio Filho de Deus e por ele exatamente explicado, mas sim acrescentaram à sua doutrina ainda muita coisa segundo seu próprio pensar, e dessa forma causaram naturalmente confusão, que tinha de acarretar cisões, porque não correspondia às leis da Criação e por essa razão eram também, não obstante isso soasse de maneira estranha, contra a clara doutrina do Filho de Deus, segundo a qual eles, no entanto, se denominam cristãos.”

(Mensagem do Graal, Vol. 1, pg. 55)

O Sol, uma breve nota

A composição da atmosfera determina a capacidade que a Terra tem de manter o equilíbrio entre a energia recebida e a energia liberada. Trata-se de um mecanismo miraculoso. A radiação solar penetrando na atmosfera é refletida de volta pelas nuvens. Parte da radiação que atinge a superfície é absorvida pela terra, mas parte é refletida de volta para o espaço pelo gelo, neve, água. Uma parte dessa energia é capturada pelos gases e reenviada para a terra elevando a temperatura, é o chamado efeito estufa que em conjunto com a atmosfera impede que a superfície terrestre se congele, o que impediria a existência de vida no planeta. É um mecanismo miraculoso porque não foi inventado pelos seres humanos, mas funciona com absoluta perfeição, desde que o homem, com sua ignorância e estupidez, não interfira provocando desequilíbrios e desgraças, ao invés de compreender e respeitar.

O conjunto é de tal magnitude, envolvendo tantas variáveis funcionando de forma interligada, que o ser humano fica abismado ao tomar conhecimento desse intrincado mecanismo que possibilita a vida. Há ainda os mares e suas correntes, a cobertura florestal, a formação das geleiras. As novas gerações deveriam ser orientadas desde cedo sobre essa grandiosidade para, no reconhecimento, captarem o significado da vida, mas os videoclips e shows de rock absorvem todo o seu tempo disponível, embrutecendo suas mentes e corações.

Somente sobre o clima, a Organização das Nações Unidas divulgou um relatório de mil páginas elaborado pelos cientistas que participaram do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, concluindo que o aquecimento do planeta se acelera, o clima se torna instável, a ocorrência de neve se reduz e as geleiras no ártico não se recompõem com a mesma largura, permanecendo as camadas 40% mais finas.

Isso tudo porque os mecanismos estão sendo rompidos pelo acúmulo de população que aumenta a queima de combustíveis fósseis, destrói florestas, polui mares e rios, e aumenta os desertos.

Mas há outra variável que, interferindo em conjunto com os estragos provocados pelo homem, faz a situação ficar mais delicada ainda. Trata-se da aceleração das explosões no interior do Sol.

Os cientistas calculam que o universo surgiu há 13 bilhões de anos com o Big-Bang, e o sistema planetário solar há 5 bilhões de anos, sendo que esse sol se manterá firme ainda por outros 5 bilhões de anos.

Mas, diz Roselis Von Sass, no Livro do Juízo Final, “que a estrutura física do nosso Sol chegou ao seu ponto crítico… A duração de vida de cada estrela é limitada”, e prosseguindo:

“Os efeitos das erupções solares alcançam longe, pois as correntes carregadas de eletricidade e de elevada atividade, liberadas nas erupções, irradiam para o espaço sideral, tocando aí também os campos magnéticos de Terra. Com isso causam tufões, tornados, chuvas excessivas ou grande estiagem…”

O grande buraco na camada de ozônio combinado com o aumento da potencialidade das explosões solares têm preocupado os cientistas que pesquisam a possibilidade de dotarem a Terra de um protetor solar. Mas na verdade, não dá para "tampar o sol com peneiras", ou seja lá com qual for o aparato imaginado.

O planeta Terra e os seres humanos se acham em meio a um conturbado período de transição. O sol também. As enormes labaredas que explodem no interior do sol levando chamas de hidrogênio a enormes distâncias indicam isso. A comunidade científica precisa ir fundo no estudo dessas visíveis alterações para que, em desvendando os segredos dos fenômenos cósmicos, possam auxiliar a humanidade, preparando-a para que possa se adaptar adequadamente as transformações em desenvolvimento.

No Limite

Nunca como agora foi tão necessária a firme vontade de viver em paz, pois tudo tende para um limite crítico, a começar pela carga humana sobre o planeta e seu modo de viver desajustada em relação à natureza.

São muitas pessoas destruindo muitas coisas ao mesmo tempo, dificultando e até impedindo a automática recuperação através dos mecanismos naturais.

Assim como ocorre no meio ambiente também ocorre no campo das relações humanas entre os povos, entre as famílias e mesmo entre os indivíduos em suas relações pessoais.

A verdadeira paz é o que a humanidade mais necessita nestes dias tão atribulados, em que a sede de poder endureceu o coração das criaturas. Muitos falam em paz, mas o seu íntimo está cheio de astúcia e cobiça.

No mundo, milhares de filmes estimulam a violência e o embrutecimento do ser humano, poucos, o amor e a paz. Cenas brutais de hedionda selvageria, sangrentas e aterrorizantes, celebrando a morte ao invés da vida. Ou então, de comportamentos absurdos que chegam a provocar em muitas pessoas vontade de vomitar. É como diz o povo: o filme é tão pesado que chega a virar as tripas das pessoas mais sensíveis. Puro veneno para o intelecto e para a alma.

Estamos presenciando a uma sistemática destruição de tudo de bom que ainda restou no ser humano. Não há mais respeito. Os meninos não respeitam os mais velhos e agridem os anciões. As meninas se prostituem desde cedo por qualquer trocado, ou então levadas por modismos adentram precocemente na atividade sexual ficando gravidas já na adolescência.

Novas doenças estão fazendo muitas vítimas. A miséria material e mental avança a passos largos. Quem deterá essa geração quando ela despertar desse pesadelo e acordar inconformada com a pobreza e com o coração carregado de ódio aos ricos?

A humanidade se vangloria das grandes conquistas que já alcançou, contudo na Terra ainda não alcançamos a paz duradoura e a espontânea alegria de viver, tudo foi contaminado pela insatisfação e descontentamento.

A população está espremida entre as correntes religiosas que se preocupam mais com o brilho próprio do que buscar a orientação correta. De um lado, o dogmatismo inventado pelos humanos, impostos a força ou com muita habilidade. De outro, os que conhecendo o histórico dos dogmas sutilmente corroem os frágeis alicerces, mas também não oferecem um conhecimento solidamente estruturado. No meio, seres humanos indolentes que não se apercebem dos antagonismos ideológicos, mas também há os seres humanos que sofrem com a enigmática situação, sem saber onde buscar a compreensão desse tumultuado divórcio. Se o cristianismo contém introduções artificiais, isso não impede que tanto cristãos como judeus pesquisem a fundo os ensinamentos originais de Jesus sem postura preconceituosa. Jesus, filho de Maria, foi adotado por José, o carpinteiro, mas também era o Portador da Verdade para a Humanidade. O que restou de sua mensagem ficou truncado e cheio de lacunas. Onde encontrar a Luz da Verdade: eis a grande questão. Revisitar as palavras de Jesus, numa sincera pesquisa, sem preconceitos religiosos ou raciais, seria uma alternativa indispensável.

Muitas conquistas foram alcançadas. Muitas vilezas foram perpetradas. A resultante tem sido o constante rebaixamento humano opondo-se a contínua evolução e conquista de maturidade.

No século XX, os humanos liberaram o vírus da AIDS, por terem abusado de sua liberdade sexual, e também entregando-se ao vício das drogas, contaminando-se mutuamente. O balanço da AIDS é trágico e vergonhoso, porque ocorre apenas com a espécie humana, a qual se afastou da vida sadia e natural.

Lamentavelmente ocorreram contaminações através de transfusões de sangue que também se tornou mercadoria posta à venda por vezes de forma vil e clandestina, sem os devidos cuidados com as condições do "doador-vendedor". A prioridade é para o ganho com a transação. Há também casos de crianças contraírem a doença já no útero materno, durante a gestação. Por que isso ocorre? Como entender essas tragédias? O saber humano é muito restrito. Somente o profundo conhecimento das leis da Criação, em especial da reciprocidade, possibilitará a exata compreensão.

Muitos recursos e energias foram dispersados em inglórias lutas ideológicas para mostrar quem pode mais. Se isso tudo tivesse sido aplicado para o bem geral, a humanidade teria despertado de sua estagnação espiritual, e suas conquistas seriam dez vezes superiores ao que já conseguimos, porque a humanidade teria aprendido a se utilizar corretamente das potencialidades que a natureza, ou melhor dizendo, a Criação oferece.

Quando os seres humanos reconhecerem que fazem parte da Criação e que deveriam se esforçar no reconhecimento e respeito às suas leis, então tudo o que fizessem já estaria, desde o início, em condições de obter sucesso, pois agiriam com consciência e responsabilidade. Como não agem dessa forma, será forçoso que arquem com as consequências de suas atitudes imediatistas.

O fato é que as populações estão sendo levadas ao limite. Os caóticos desequilíbrios social e ambiental, num quadro de super concentração urbana nas mais precárias condições de sobrevivência, poderão levar a uma convulsão de crimes e desrespeito à ordem pública, sem que hajam freios comunitários. A situação fica ainda mais grave em função dos conflitos étnicos e religiosos que vão ressurgindo em paralelo ao aumento da população e da miséria.

Em menos de 50 anos a África chegou ao descalabro. Agora, no mundo todo, tudo se acelera porque a pressão humana e econômica é muito maior. Culpa-se a globalização e as novas tecnologias da informática. Mas o fato é que os seres humanos ainda não conseguiram superar as suas deficiências para desenvolver um mundo melhor.

O presidente da Suíça, Moritz Leuenberger, recorreu a Marx e recuou ao tempo da revolução francesa para concluir que “não há verdadeira liberdade quando ela não está acompanhada de justiça e solidariedade”. Podemos ir mais longe ainda, indo ao tempo de Jesus.

“Quem aceita minha Palavra, aceita a mim”, disse o Filho de Deus a seus discípulos, “em verdade come da minha carne e bebe do meu sangue”. A retransmissão é dada na Mensagem do Graal, de Abdruschin que esclarece: “Em todas as transmissões apenas o principal foi sempre de novo omitido: a indicação à Palavra que peregrinou pela Terra! Por esta não ter sido entendida, julgavam-na de pouca importância. Com isso, porém, toda a missão de Cristo foi incompreendida, mutilada, desfigurada”.

Então, tendo a humanidade incompreendido, mutilado e desfigurado a missão de Cristo, através de sua Palavra proveniente da Luz, que tipo de construção se poderia esperar para o futuro? O reconhecimento de Deus e das leis da Criação seriam a real globalização, isto é, a base da construção humana, sem contudo ferir as características de cada povo pela padronização do modo de viver.

No futuro se colhe a sementeira do passado. O mundo desumano que faz a todos sofrer com a sua brutal aspereza é o mundo construído pelos próprios seres humanos distanciados da Luz da Verdade.

Os seres humanos não são donos do planeta, são hóspedes que não querem enxergar que a Terra é para o desenvolvimento e evolução de todos, independentemente da cor da pele e do local onde nasceram. Agora todos se assustam com o futuro ameaçador que se avizinha, mas o futuro é sempre a colheita do que se semeia.

Leis da Criação e Caos Humano

Fascinante é a história da humanidade e de sua evolução. São 3 milhões de anos que se perderam na imensidão do passado. O que temos disponível não passa muito de 6 mil anos e mesmo isso fragmentário, cheio de lacunas, quando não, adulterado propositalmente para atender a interesses de dominação, cada grupamento, em cada época, contando a história que melhor lhe conviesse.

O que sabemos é pouco e, lamentavelmente, pouco estudado no sentido de que se reconheçam as sendas trilhadas pela humanidade para chegar onde chegou, com mais de 6 bilhões de almas encarnadas na Terra, em sua quase totalidade desconhecedora do sentido da vida e de sua verdadeira finalidade, sendo que 3 bilhões vivem nas mais precárias condições.

Mas a história é riquíssima, só não conseguimos entendê-la porque foi encoberta por entulhos inúteis. Inúmeras vezes o destino da humanidade esteve nas mãos de um povo, de um rei ou imperador que podia e devia ter alterado o curso da história, invertendo a contínua trajetória decadente para uma nova e progressivamente ascendente, conduzindo o ser humano para a destacada posição que lhe cabe num mundo de paz, felicidades e maravilhas, exatamente o oposto de que presenciamos hoje, decorridos dois milênios em que a Luz da Verdade foi ofertada à humanidade frívola e arrogante.

A nova mensagem deveria ser integrada ao conhecimento antigo formando um conhecimento amplo, e divulgada aos demais povos, o que não ocorreu. Diante da recusa foi levada aos outros povos, mas acabou sendo desfigurada antepondo-se ao velho conhecimento, gerando muitas dúvidas e conflitos. Para compreender o mundo atual com exatidão há que se voltar à Babilônia, passar pelo Egito e estudar profundamente os ensinamentos de Moisés até chegar à vinda de Jesus de Nazaré. Fácil será constatar que os ensinamentos dos Profetas e Enviados especiais como Lao-Tse, Buddha, Zoroaster e posteriormente Maomé, convergiam todos na mesma direção do saber do Criador Onipotente de Todos os Mundos, o Altíssimo.

Mas foi nestes últimos dois milênios que a humanidade aprofundou a sua queda. Jesus não era capitalista nem socialista, sua vinda foi para trazer a Luz do saber espiritual. Naquela época nem os escribas e os fariseus, nem Pôncio Pilatos, nem Nero, o imperador de Roma, captaram isso, e a mensagem da Luz não foi utilizada pela humanidade como deveria ter sido. O que se seguiu a isso foram dois milênios de permanentes conflitos em que, aqueles que se arvoraram em donos da verdade, fizeram de tudo para a conservação de seus privilégios enquanto a humanidade resvalava para baixo na ignorância e indolência espiritual.

O estudo da história dos dois milênios é de suma relevância. Ocorrendo a desarticulação do movimento dos discípulos de Jesus, seguiram-se os séculos de trevas e paralisação espiritual até que se esboçassem as primeiras reações que iluminassem a realidade, provocando a Reforma e o surgimento das correntes protestantes. A Luz do Saber permaneceu inaproveitada para a vida humana que retrogradou continuamente.

Mas foi quando, em consequência do crescente materialismo, surgiu o dinheiro e a sua crescente predominância na vida humana é que os caminhos da humanidade passaram a ficar cada vez mais apertados e cheios de obstáculos e precipícios, ampliando a dimensão dos conflitos, desvalorizando a própria vida.

O dinheiro passou a ser a razão de ser da maioria dos seres humanos que descuidaram de tudo o mais explorando a natureza com desprezo e arrogância, mas o dinheiro não restabelece os estragos provocados nas florestas, no solo, no ar e nas águas. O desequilíbrio ambiental está implantado e com a superpopulação se agrava diariamente, porque as atividades visam prioritariamente o dinheiro, deixando a natureza para plano secundário, pouco se importando se com sua atividade introduz perturbação e destruição.

“A natureza, em sua perfeição consentânea com as Leis da Criação, é a mais bela dádiva que Deus deu às Suas Criaturas!…”

(Mensagem do Graal – Volume 3, dissertação “Natureza”)

As leis da Criação ou Leis de Deus, são perfeitas, imutáveis, eternas. Tudo que existe foi criado pelo funcionamento automático das leis da Criação que expressam a Vontade de Deus. Somente o conhecimento e a adaptação às mesmas possibilitarão o surgimento de uma doutrina verdadeira, real, não surgida das sutilezas da mente humana que sempre se contorce na busca de interpretações condizentes com os seus desejos mais imediatistas, o que acarreta a necessidade de proceder revisões conforme exigir o atendimento dos mesmos.

As recentes descobertas sobre o genoma comprovam que o corpo humano, como receptáculo da alma, do espírito, possui estrutura vital idêntica, independentemente de sua cor ou local de nascimento, o que evidencia nitidamente, que todos estão sujeitos às mesmas Leis Espirituais Cósmicas a despeito das teorias e invenções humanas introduzidas nas religiões.

Também Hitler não se utilizou adequadamente de suas capacitações no sentido de alcançar a evolução espiritual própria e da espécie humana, fechando os olhos para a realidade espiritual. Ele e seus adeptos, obcecados pela vaidade, enveredaram por funestos caminhos. Buscando a raça superior manteve o espiritual estagnado e enclausurado, cometendo crimes hediondos, atraindo desgraças ainda maiores para a humanidade.

Reconhecer as leis de Deus na Criação é o caminho para desfazer a caótica confusão das teorias e doutrinas, que ao invés de aproximar, afastaram as criaturas humanas da Luz da Verdade.