13. Os Discípulos em Roma

Em Jerusalém, os discípulos viviam em constante insegurança. Os escribas sempre que podiam os atingiam com suas hostilidades.

Paulo, Pedro, João Felipe sempre se ausentavam para divulgar a Palavra e fundar novos grupos de adeptos dos ensinamentos de Cristo.

Passando por Atenas, Paulo esclareceu que os deuses aos quais os gregos outrora eram fiéis são todos subordinados ao Único, Onipotente, Sempiterno Deus que reina sobre todos os mundos inclusive sobre o Olimpo. E todos queriam ouvir as explicações de Paulo, que atendendo aos apelos mencionou acreditar na constante volta do ser humano, mas que poucos judeus acreditavam nisso porque os Escribas somente ensinavam isso aos que deveriam chegar mais longe no saber. A maior parte nada sabe disso, mas seria necessário que todos os seres humanos fossem orientados a esse respeito.

As maravilhosas vivências de Paulo estão no livro Os Apóstolos de Jesus.

Com coragem e alegria Paulo foi um dos grandes divulgadores da Palavra.

Tendo os dirigentes dos templos e religiões recusado os ensinamentos de Jesus, os discípulos receberam a incumbência de divulgar a Verdade pelo mundo, a todos os povos. Jamais houve a determinação para que fosse fundada qualquer igreja, pois a Mensagem transmitida, dando sentido e complementando o conhecimento antigo com saber proveniente das alturas luminosas, estava acima de uma organização terrena como intermediária entre as criaturas e o seu Criador.

E foi Paulo guiado até a presença de Nero que se alegrava com a conversa que mantinham. Paulo ensinava regularmente ao imperador a nova doutrina, mas Nero misturava as coisas como se portasse algum tipo de retardamento mental. Por vezes, pedia conselhos sobre questões de estado o que Paulo preferia evitar.

Mas o imperador era um fracalhão para assumir a Verdade, fortalecendo a sua divulgação para o bem dos seres humanos, se deixando dominar pelas vaidades e prazeres. A corte também ficava enciumada impedindo o surgimento de influências benéficas sobre o imperador que era mais dócil e submisso como louco mentalmente perturbado.

Após a morte de Paulo, Pedro foi a procura de Nero, sendo preso, Nero ordenou que o levassem a sua presença, mas Pedro acusou-o das muitas mortes:

“Nero, aqui na Terra jamais terás paz, fico apavorado de pensar o que te aguarda mais tarde.”

Alucinado, Nero sentenciou-o à crucificação. Em voz alta, no local da execução, Pedro bradou:

“O discípulo não precisa ter coisa melhor que o seu mestre, podeis crucificar-me de cabeça para baixo aumentando os sofrimentos para não morrer da mesma maneira que Jesus.

Podeis nos matar, a Verdade viverá e conquistará o mundo! Mas somente quem for da Verdade ouvirá sua voz. Aqueles porém que a escutarem serão preservados até a vinda do Filho do Homem para desencadear o Juízo.”

Após a morte de Paulo e Pedro os adeptos prosseguiram no trabalho de divulgação enfrentando a hostilidade dos pagãos e dos judeus que se apegavam às suas doutrinas e tradições. Pedro foi o primeiro a intuir e adquirir convicção nas Palavras de Jesus, para viver de acordo com as mesmas, e isso foi como se recebesse a chave do paraíso.

Na Mensagem do Graal – Volume 3, página 65, Abdruschin esclarece:

“Cristo queria e podia estabelecer como fundamento para uma comunidade somente uma tal convicção, não porém uma pessoa! Pedro foi apenas quem primeiro expressou isso realmente convicto. Essa convicção formou, estruturou e tornou-se o rochedo, não porém Pedro como pessoa!”

No segundo século D.C., surgiu uma organização religiosa que dispunha de um campo fértil para a sua expansão na Europa, posto que a população sentia forte atração pelos ensinamentos de Jesus.

A estrutura da Igreja estendia seus tentáculos pelo mundo civilizado. Constantino assumiu o Império Romano. Considerava o cristianismo importante para a unificação do Império. Os bispos tomaram conta de Roma. Assim, no terceiro século uma nova religião passa a se confrontar com a antiga religião do povo judeu.

O Império Romano é destruído pelos bárbaros do norte da Europa e durante os dez séculos seguintes a Igreja dominaria a Europa, tanto a cultura como a política. Introduzindo conceitos de seu interesse, dogmas e ameaças de condenação ao inferno, estabelecendo as regras que favoreciam a ampliação do poder clerical, sendo este período considerado pelos historiadores como o período de trevas da humanidade.

Na verdade, os seres humanos ainda vivem sob as trevas criadas por seu modo errado de viver e sua ignorância sobre as leis da Criação, mas esse período, em particular, foi nitidamente um período de trevas em que a Palavra de Jesus foi amplamente desfigurada.

Assim durante mais de mil anos consolidou-se o poder eclesiástico, ou seja o poder da igreja sobre a humanidade determinando todas as normas, tanto para o comportamento individual como para a atuação dos Estados. Tudo o que podia e o que não podia ser ensinado às criaturas humanas. A Terra era o centro do Universo. Papas e bispos controlavam o mundo.

Por volta do século XIV, toma corpo um movimento renascentista, isto é, que queria um renascimento da vida e do modo de viver, uma libertação das amarras impostas pela Igreja e seu dogmatismo que fizeram do cristianismo uma doutrina artificial, incoerente e sem lógica.

No século XV, o teólogo Martinho Lutero se opõe ao Papa e funda uma igreja em busca de um culto simples, sem artificialismos. A Europa passa a viver uma época conturbada por guerras religiosas e lutas pelo poder.

A Igreja implanta a Inquisição como forma de coerção aos que se opunham a ela. A Inquisição perduraria até o século XIX, sacrificando vítimas inocentes pela conservação do poder.

O pioneirismo de Lutero incentiva a ação de muitos que discordavam das práticas despóticas da Igreja fortalecendo a Reforma Protestante.

Muitos protestantes se refugiaram na América do Norte dispostos a formar um novo mundo e uma religião despojada das invenções introduzidas pelos humanos.

A Igreja prosseguia com seus métodos de impor seu domínio e sua crença. O manto da conversão ao cristianismo prestava-se para acobertar a cobiça.

O reino Inca é invadido pelos espanhóis, sendo massacrado. Seu ouro e suas riquezas são pilhados sem escrúpulos. Apesar disso a miséria se espalhava entre a população, enquanto uma opulenta aristocracia pouco fazia para a melhora geral das condições de vida.

No século XVIII, surge o Iluminismo, movimento que prega a valorização da razão e da ciência na busca de melhores condições de vida para as classes pobres e a busca de novos caminhos.

Finalmente, com a decadência da monarquia, os negócios dos Estados passam a ser independentes da Igreja. Tem início o processo de transferência do poder para a esfera econômico-financeira, com a paulatina redução da participação da Igreja que até então fora ampla e irrestrita em todos os setores da vida humana.

Com o apogeu da navegação ultramarina, o mundo se ampliou com o descobrimento do continente americano e o contorno da África através do oceano Atlântico.

No início do século XVIII, um grupo abnegado liderado por Maria Leopoldina a imperatriz, lutando contra asseclas das trevas, alcançam a independência do Brasil, ponto de ancoragem da Luz. Se o imperador D. Pedro I tivesse mais fibra teria dado início a um grande império em busca da Luz da Verdade.

Um retardamento na independência do Brasil poderia trazer impeditivos para que fosse obtida esta situação especial de País escolhido onde é possível o livre exercício da escolha de crença e religião sem preconceitos e sem perseguições. No Brasil de hoje, sofrido e atrasado, econômica e socialmente, o povo desfruta de ampla liberdade de buscar e procurar pela Luz da Verdade, como fora prometido por Jesus: “quem procura acha” e reciprocamente, achará somente quem procurar com firmeza e dedicação, pois para tanto há liberdade, fazendo do Brasil um País abençoado, onde as pessoas não se envergonham de falar e procurar pelo Altíssimo Senhor de Todos os Mundos, o Criador Todo Poderoso, o Deus Único do passado e do futuro, de sempre.

Enfim ultrapassamos o século 20 em meio a misérias e sofrimentos e a constatação de que, nas atuais condições não há como impedir o crescimento da miséria econômica e social, tendendo para um enorme caos mundial, fato cuidadosamente dissimulado. O continente africano é bem o modelo da decadência humana: fome, misérias, doenças, contando 25 milhões de contaminados pela AIDS e 17 milhões já mortos pela doença.

O dinheiro, invenção humana, se tornou o grande trunfo do materialismo, como o moderno bezerro de ouro idolatrado pela humanidade.

Mas no século XX, com o início do Juízo Final para a humanidade, surge também a Luz da Verdade. A aproximação do Grande Cometa impulsiona a colheita de tudo que foi semeado pelos seres humanos.

E, no ano 2000, em Jerusalém, nos locais percorridos por Jesus, realizou-se o simbólico encontro entre os dignitários das três principais religiões criadas pelos seres humanos.

Juntos, porém cada qual com a sua verdade.

A hipertrofia do intelecto e a proliferação das más qualidades humanas tiveram o seu coroamento com o distanciamento da vida espiritual. Assim, as condições de vida na Terra se instabilizaram em todos os sentidos, avolumando-se as tragédias, catástrofes naturais, e a crescente insatisfação e descontentamento dos seres humanos que procuraram por culpados, dispensando-se de um cuidadoso exame sobre si mesmos e seus atos, em oposição à Vontade de Deus.