10. Sabá e o falhar do rei Salomão

O reino de Sabá localizava-se no sudoeste da Arábia entre 900 a 1000 anos a.C. . O incenso que produzia era muito procurado. Em Sabá não havia miséria e seu povo era sadio e feliz. A figura da rainha de Sabá tornou-se muito conhecida principalmente por sua viagem a Jerusalém onde foi exortar Salomão a não se descuidar de sua importante missão na Terra.

Protegido geograficamente, de tal modo que o difícil acesso isolou Sabá da impureza que já naquela época grassava pelo mundo, turvando e transformando a vida dos seres humanos num vale de lágrimas. Profetas e Enviados especiais foram sendo encarnados para advertir a humanidade sobre o futuro que estavam preparando para si mesmos o que fez necessária a vinda do Messias para romper a escuridão como um raio de Luz proveniente das alturas máximas, porque os seres humanos se encaminhavam para a ruína e destruição, antes mesmo da chegada do tempo da colheita.

Na roda da história já se contam 3.000 anos que em Sabá, o país das mil fragrâncias, viviam pessoas irradiantes de felicidade. Os bosques de incenso rodeavam a cidade em ampla circunferência e nos jardins floresciam muitas roseiras. Um maravilhoso e perfumado mundo foi lentamente soterrado pelas dunas de areia, que movendo-se avançaram sobre a cidade transformando tudo em deserto.

Em Sabá viveu Biltes, a sua altiva rainha que se preocupava seriamente com a ingratidão dos sabeus.

“ – Meu maior desejo é mostrar-me digna da realeza. Digna perante o Criador, ao qual devemos a vida. Nós, sabeus, estamos vivendo em felicidade e alegria, e envoltos por beleza na Terra. Poderosos espíritos luminosos mantém estendidas as suas mãos sobre nós e nosso país! Agora a pergunta: o que fazemos nós? O que estamos dando como recompensa pela felicidade e a riqueza de nosso país? De que maneira estamos provando nossa gratidão?…”

“Um ser humano que só recebe, sem nada dar, põe em perigo sua felicidade e sua paz de alma! Muito provavelmente tal pessoa nascerá na pobreza, por ocasião da próxima vida terrena! Pode acontecer até que tenha de passar sua vida como mendiga!”

“Como provamos ao Onipotente Criador nosso amor… nossa gratidão… nossa veneração?… a resposta a isso é: Esquecendo-nos Dele! Abrindo nossos templos à mentira. A mentira que se tem acomodado em todos os templos da Terra, desfigurando e turvando a Verdade!”

Com decisão e firmeza a rainha de Sabá enfrentou os sacerdotes que se entregavam às trevas, permitindo que a mentira fosse introduzida nos templos.

Mas Biltes foi além das fronteiras de Sabá, planejando uma visita ao Rei Salomão.

Com portentosa caravana real adentrou em Jerusalém levando muito ouro destinado ao Templo do Todo-Poderoso e uma severa advertência a Salomão, apesar da impertinência de Betsabá que temia perder a sua influência de super-mãe, para aquela estrangeira altiva e independente.

E Biltes não usou de evasivas indo direto ao ponto, exortando Salomão para não descuidar do povo do qual era regente, preparando-o para a vinda do Enviado de Deus que segundo as profecias nasceria naquele país.

“– Ao mesmo tempo deves despertar nas almas humanas o anseio de poder servir a Ele! Para isso a crença terá de ficar pura! Os cultos por ti tolerados, em teu país, turvam a pureza de Fé, separando os seres humanos de sua pátria luminosa!

– Pouco adiantaria mencionar já hoje esse acontecimento.

– Estás enganando Salomão! O saber a respeito do Filho de Deus e o anseio de poder servir a Ele continuam vivendo nas almas, mesmo depois da morte! E esse saber e o anseio despertarão nos novos corpos terrenos, quando nascerem de novo na Terra, provavelmente na época do Enviado de Deus. Imediatamente o reconhecerão e ficarão agradecidos por lhes ser permitido servir a Ele.”

O encontro com a Rainha de Sabá foi a grande encruzilhada na vida do Rei Salomão. Com o seu livre arbítrio devia ter mudado de rota, abandonando a volúpia e as baixarias a que se entregava, mas Salomão falhou espiritualmente, permitindo a contaminação da crença pura com a nefasta degeneração e lascidão decorrentes do culto de Baal que destacava o desvairado comportamento sexual como fonte de felicidade; a perversidade e a astúcia como formas de manter o poder.

Não preparou o povo como devia promovendo a devassidão e orgias nas solenidades de culto com rituais sangrentos de sacrificação de animais.

Materialmente falhou também, deixando de administrar adequadamente os bens, contraindo dívidas para dissipar em luxo e orgias, semeando miséria para o povo.

O fiel cumprimento da missão por Salomão teria conduzido a história humana para rumos menos sombrios, e o reconhecimento do Messias teria ocorrido com naturalidade para grande parte do povo, sem que surgissem rivalidades e confrontações.

A história de Sabá e sua incrível rainha está no livro Sabá, o País das Mil Fragrâncias.