4. Os Primeiros Seres Humanos

Nada acontece por acaso. Tudo foi cuidadosamente planejado com a perfeição das Leis da Criação que expressam a Vontade de Deus. A semente espiritual, para se desenvolver, teria que ser afastada para regiões onde a pressão irradiada da Força Divina permitisse o surgimento da auto-consciência e a livre resolução. O processo está claramente exposto na Mensagem do Graal. É como a parábola do semeador que lançou sementes num campo de cultivo. Muitas se perderam. Outras porém produziram frutos em abundância. Expelidos de seu ambiente, as centelhas espirituais inconscientes foram atraídas para a estrela dos Seres Humanos, o maravilhoso planeta Terra.

Transcrevo abaixo o quadro descrito por Roselis Von Sass sobre a formação da Terra no livro “Os Primeiros Seres Humanos”, páginas 13 a 17.

“Sim, a Terra foi a primeira estrela destinada a seres humanos que se formou na parte do Universo de Éfeso, desenvolvendo-se num maravilhoso reino da natureza.

Depois dela “nasceram” inúmeras outras em determinados intervalos no nosso Universo grosso-material.

O desenvolvimento de um planeta destinado a abrigar seres humanos processa-se, até um certo estado de maturidade, às escondidas.

Nuvens impenetráveis de gás envolviam a Terra, isolando-a hermeticamente do mundo exterior, do gélido espaço celeste.

Nenhum raio solar perpassava esse invólucro gasoso. Escuridão circundava o planeta em formação. A claridade que aparecia aqui e acolá, originava-se do “coração” incandescente que brilhava no centro da gigantesca matéria planetar com sua força plena de luminosidade.

Veio, porém, o tempo em que esse estado se modificou. O planeta parecia estar sendo sacudido de um lado para o outro por forças invisíveis, enquanto ao mesmo tempo se expandia. O centro incandescente, até aí móvel, entrou num estado borbulhante e uma expectante tensão quase insuportável se difundiu.

O que aconteceria? Tinha-se quase a impressão de que a nebulosa massa planetária iria rebentar.

Ela não rebentou. Contudo, o centro incandescente explodiu, dissolvendo-se em milhões de fagulhas coloridas e luminosas. Na realidade o centro não explodiu. Pelo contrário, tornou-se maior, recebendo uma luminosidade mais intensa. Pela expansão ocorrida no interior, apenas as fagulhas, portadoras de germes, foram expelidas, distribuindo-se com a velocidade de um relâmpago por todo o planeta em formação.

Dessas fagulhas vivas desenvolver-se-iam, quando o momento para isso tivesse chegado, as plantas e os animais que iriam fazer parte desta Terra.

Foi um momento de indescritível brilho quando as milhares de fagulhas coloridas e luminosas se espalharam na matéria planetária. Brilho e alegria! Pois ao acontecer isso, a alma estelar tomava posse do planeta dos seres humanos, o qual ela doravante deveria dominar.

A partir desse tempo o desenvolvimento processou-se mais rapidamente. Não obstante, passaram-se ainda longos períodos até que a Terra esfriasse um pouco e as matérias mais pesadas sedimentassem, enquanto as mais leves flutuavam na superfície da viscosa massa borbulhante e fosforescente. Após acontecer isso, surgiu um movimento também nos impenetráveis véus de gás que desde milhões de anos envolviam protetoramente o planeta em formação.

Chegou o momento em que relâmpagos irromperam nesses véus de gás e poderosos vendavais separavam-nos para logo juntá-los novamente, amontoando-os como gigantescas montanhas. Pouco a pouco os tumultuosos vendavais se acalmavam. As nuvens de gás esfriavam, transformando-se em vapor de água e água que se precipitava sobre a Terra como um dilúvio. Parecia como se a Terra em formação tivesse que ser afogada. As massas de água que caíam sobre a superfície quente da Terra, em parte em ebulição, evaporavam imediatamente. O vapor subia, transformando-se novamente em chuva… Durante milênios caía a chuva dos primeiros tempos sobre o planeta em formação destinado aos seres humanos.

Colossais e bizarras formações de nuvens compunham-se pouco a pouco, como só eram vistas no início. No decorrer do tempo a superfície quente da Terra esfriava sob o constante efeito da chuva. Começava o processo da densificação e o planeta diminuiu até atingir o tamanho predeterminado para ele. Antes do esfriamento e condensação a Terra tinha o dobro do tamanho.

Apesar do quase impenetrável paredão de chuva havia claridade na Terra a partir de um determinado tempo. O sol enviava suas radiações. Raios de sol sobre gotas de chuva. Devido a isso surgiram sinfonias de cores que superavam qualquer capacidade humana de imaginação…

Cada fase de desenvolvimento do planeta Terra era circundada por um brilho misterioso e quase irreal. Por toda a parte gigantescos entes da natureza estavam trabalhando, ocupando-se exclusivamente com a construção dos corpos celestes. Eles trabalhavam a matéria prima à sua disposição até que disso surgissem corpos celestes em rotação. Onde quer que os entes da natureza se entregassem à obra, o mundo estremecia sob a pressão de suas energias…

Não obstante a ininterrupta chuva, o planeta Terra em formação irradiava um calor enorme… Mas depois chegou uma época em que a água da chuva não mais evaporava totalmente. Juntava-se nos vales entre montanhas que se haviam formado devido ao esfriamento e concentração da matéria do planeta. Dessa maneira surgiram os mares primitivos impregnados de um cinzento lamaçal reluzente…

Em determinadas épocas, enquanto chovia, ocorriam colossais erupções de gases do interior da Terra. Montes ainda não totalmente solidificados desmoronavam, submergindo na massa incandescente, ao passo que ao mesmo tempo partes de matéria sólida eram empurradas para cima. A matéria grosseira em formação estava em constante movimentação turbulenta. O gás líquido e incandescente fervia e borbulhava no interior da Terra sob o impulso elementar de poderosas forças plutônicas, e os construtivos processos químicos, as transformações, estavam em plena atividade. A imagem de um planeta em seu estado inicial é de uma beleza fantástica e grandiosa… Colunas de fumaça, lava e erupções de gases, tormentas perpassadas por chamas verde-azuladas… Lamacentas cataratas caindo em abismos de uma profundidade de milhares de metros… Rochedos iguais a torres, pretos e reluzentes, salientando-se de lagos lamacentos… Todos esses fenômenos misteriosos de desenvolvimento na Criação eram envoltos pela chuva primitiva que, brilhando em todas as cores, caía de densas formações de nuvens.

Quando o planeta tinha atingido um determinado estado de desenvolvimento, a milenar “época das chuvas ” terminou. Mas então iniciaram-se as trovoadas… trovoadas cuja violência vai além de qualquer imaginação humana… Não se viam relâmpagos, uma vez que toda a atmosfera se transformava num mar vermelho de chamas… Também o trovão retumbava de modo diferente na época inicial. Era como se milhares de martelos gigantes batessem em metal. As trovoadas desencadeavam-se por toda a parte na Terra. Dia e noite. Num espaço de tempo de vinte e quatro horas podia-se ouvir dez trovoadas ou mais ainda… Elas desencadeavam-se com igual intensidade durante milhões de anos depois que a época de chuvas já havia passado há muito tempo.

No fim da época das trovoadas iniciou-se a grande transformação na vida do planeta terrestre. Havia alcançado um ponto de maturidade em seu desenvolvimento, onde começava sua órbita como planeta autônomo.

Isso aconteceu, ao romper o tênue véu de gás que envolvia o planeta durante as épocas de chuvas e de trovoadas. A respeito desse véu de gás, tratava-se de uma camada especial de proteção que permaneceu intata, mesmo quando a camada de gás situada mais embaixo se transformou em vapor de água e também em água.

A fim de evitar erros seja dito aqui o seguinte:

As descrições anteriores sobre o nascimento e formação de nosso planeta Terra referem-se apenas aos fenômenos mais grosseiros, visíveis e externos. São, portanto, incompletas! Os acontecimentos reais que se desenrolam aí, terão que permanecer sempre ocultos aos seres humanos terrenos. Pois a criatura humana jamais estará apta a compreender o atuar das forças plutônicas enteais que se desencadeiam no nascimento e na formação de um corpo celeste.

Apesar da descrição cheias de lacunas, o leitor poderá compor um quadro aproximado sobre a formação da Terra. Um quadro correspondente à sua capacidade de imaginação…

O jovem planeta Terra, cuja superfície montanhosa ainda se encontrava longe do enrijecimento total, começou entre inúmeros astros sua corrida rasante em volta do sol. Aliás, como foi constatado pelos cientistas, com uma velocidade de 1.800 quilômetros por hora. Além disso, gira dentro da espiral gigantesca da via-láctea com a velocidade de 250 quilômetros por segundo pelo espaço celeste. E ainda gira em torno de seu próprio eixo com a velocidade de 1.500 quilômetros horários.

E aí não existem nem os mínimos desvios de órbita. Para que isso não aconteça já foram tomadas de antemão providências, pois qualquer modificação de órbita seria catastrófica. As órbitas nas quais os astros se movimentam foram e ainda continuam sendo planejadas e executadas de acordo com as leis físicas da natureza. Assemelham-se a canais de um “alumínio” transparente. Um corpo celeste uma vez introduzido no canal a ele destinado, não pode, em condições normais, ser lançado fora da órbita nem ser desviado dela. Perfeito é tudo o que foi criado segundo a vontade de Deus.”

Darwin captou o sentido da evolução na matéria, mas faltou um elo quando do surgimento do ser humano, uma espécie diferente do que havia até então, dotada de espírito e o inerente livre arbítrio.

Faltou também o elo espiritual para compreensão das narrativas sobre Adão e Eva, pais primevos da humanidade no reino espiritual. (O Livro do Juízo Final)

“A trajetória” do desenvolvimento espiritual da Humanidade previa a existência de cinco longos períodos para a completa maturação, o ápice da iluminação pelo saber vivencial adquirido em suas múltiplas existências, no além e no aquém.

Vejamos o esclarecimento de Roselis Von Sass, na obra citada, página 30.

“O nascimento de um corpo celeste realiza-se na hora determinada para isso. Nem mais cedo nem mais tarde. O mesmo diz respeito a todas as alterações e fenômenos ligados ao destino do respectivo corpo celeste. O relógio do Universo trabalha com exatidão de segundos.

Em vista do ritmo lento da matéria, foi determinado um período de aproximadamente três milhões de anos para o desenvolvimento humano na Terra. Esse período fora calculado para que todos os seres humanos destinados ao nosso planeta pudessem desenvolver-se plena e integralmente. Aliás, alternadamente, no Aquém e no Além.

Os três milhões de anos foram divididos em cinco períodos. Cinco períodos de aproximadamente 600.000 anos cada um.

O significado das cinco épocas era o seguinte:

A primeira chamava-se período nascimento! A segunda, tempo de crescimento, seguindo-se o período de amadurecimento, o período das ações e por último a era da colheita e da iluminação!

Há três milhões de anos nossa Terra parecia um Paraíso de beleza tropical. O clima quente e uniforme que reinava naquele tempo por toda a parte, favorecia o crescimento de maneira inimaginável. A multiplicidade da riqueza animal e vegetal era quase indescritível.”

Agora no ano 2000 as novas gerações estão submetidas a um horizonte que se restringe ao trabalho, consumo, esportes radicais e atividade sexual, sem muito mais para refletir, porque a vida, como se quer fazer crer, acaba com a morte, que a todos os instantes é lembrada por todos os meios. Diariamente a mídia transforma a morte num espetáculo mórbido, distanciando-a da naturalidade da vida. Diante desse fatalismo ficam as sombras do medo do incompreensível, sem que haja qualquer questionamento mais profundo sobre o sentido da vida. Assim a vida fica sem sentido sob a crença de uma única vida.

A crença na vida única acarretou e ainda acarreta enormes malefícios tanto para o indivíduo, como para a sociedade humana como um todo, interferindo nocivamente inclusive sobre o habitat humano. A possibilidade de a qualquer momento poder remir as faltas sem muitas dificuldades para ganhar o céu, deixou o ser humano comodista e com baixo grau de responsabilidade, quando o natural seria compreender que a vida continua e que, as faltas não remidas, serão cobradas um dia, nesta ou em outra vida, antes que a alma possa ganhar o céu.

O conhecimento desse simples e natural fato da vida teria modificado tudo. Então, o mundo apresentaria apenas contribuições construtivas do ser humano. Ao invés do atual inferno terrestre, caminharíamos rapidamente para o almejado maravilhoso paraíso terrestre!

Afora as enormes dificuldades econômicas e sociais, também o clima se antepõe ao inquieto ser humano, que não tendo aproveitado adequadamente o tempo que lhe foi concedido para o fortalecimento e evolução, sofre agora as consequências de seu atuar errado.

O planeta se submete a um aquecimento global de causas múltiplas, e pouco estudadas ou mesmo reveladas ao grande público. A permanente destruição da cobertura florestal, a emissão de gases, a poluição do solo e dos mares, inclusive por experimentos atômicos, afetaram profundamente o clima, com a desorganização das correntes marítimas o desequilíbrio é planetário, e as calotas polares e outras geleiras eternas começam a se desfazer.

Ocorrem também fenômenos desconhecidos no astro rei, o Sol que fustiga a atmosfera e a Terra com aumentado calor e irradiações nocivas, sem que os cientistas consigam entender exatamente o que está ocorrendo. Fala-se que, anualmente, aumenta o buraco na camada de ozônio na Antártida que já chegou a atingir quase quatro vezes a superfície do Brasil.

Muitos dos problemas eram previstos pelos Enteais, povo da natureza desde a formação da Terra.

“Nós, do povo da natureza, não conhecemos escuridão nem noite! Por isso, meus semelhantes trabalham aplicadamente. Hoje, todos estão especialmente alegres. Pois em volta do globo terrestre vários titãs estão trabalhando. São necessárias camadas triplas, a fim de que todas as criaturas possam viver no planeta.

Tomemos primeiramente o invólucro de ar. Uma densa camada dele circunda o astro terrestre. Depois vem ainda a camada que retém o frio gélido do cosmo e o calor escaldante do Sol. A seguir existe ainda uma camada de proteção, necessária para deter uma força desconhecida proveniente do cosmo. Aliás, trata-se de uma força que em sua espécie é hostil à vida e que de modo destruidor atuaria sobre tudo o que vive e respira na Terra.

Por isso vieram os titãs, já que só eles, com suas vibrações eletromagnéticas, podem proteger integralmente a Terra contra essa força desconhecida.”

Em bilhões de anos, a Terra evoluia continuamente e tudo se encaixava para a formação do grande jardim, a hospedaria de seres humanos.

Quando o desenvolvimento material atingiu o ápice com o surgimento da espécie animal perfeita e altamente evoluída, chegara a hora da encarnação da centelha espiritual que necessitava de vivenciar na Terra para o fortalecimento e evolução.

Passadas as épocas áureas, em que os seres humanos viviam felizes como crianças no jardim da infância, surgiram os seres humanos do cérebro, dominados pelo raciocínio, tornando-se arrogantes, prepotentes, desejando, com sua capacidade intelectiva se tornarem os senhores da Terra.

Mas na verdade não passavam de hóspedes temporários, e por sinal mal agradecidos. Com sua arrogância e mania de grandeza semeavam o caos e a ruína.

O equilíbrio entre alma, corpo e mente fora rompido, de forma que o ser humano caminhou decididamente ao encontro da desgraça.

Para formar um quadro completo recomendamos a leitura completa do livro “Os Primeiros Seres Humanos” de Roselis Von Sass. Aqui reproduzimos as págs. 95 a 97.

“Passaram-se longos tempos até que a transformação dos seres humanos se manifestasse não apenas espiritual e animicamente, mas também fisicamente. E até que as consequências do equilíbrio perturbado modificasse os corpos terrenos, influenciando maleficamente todas as suas funções.

A transformação deu-se quase imperceptivelmente. Os seres humanos perdiam, pouco a pouco, suas formas bem proporcionadas do corpo, e seus rostos tornavam-se feios e grosseiros. Os crânios destinados a conter duas partes do cérebro de igual tamanho desviavam-se fortemente de sua forma original. Ajustavam-se com o tempo, ao grande cérebro anterior e ao atrofiado cerebelo. Os homens tornavam-se peludos e em seus rostos, outrora lisos e limpos, crescia uma barba.

O crescimento da barba foi a única coisa que de início provocou preocupações entre eles. Pois até então rostos peludos pertenciam somente ao mundo animal. Foram as mulheres que ajudaram a vencer a decepção inicial, dizendo que consideravam as barbas como sinal de forte masculinidade. Assim, em todas as tribos da Europa podiam ser vistos homens altos e ruivos, com barbas longas que cobriam o peito.

As mulheres não foram poupadas das consequências da atuação perturbada do cérebro. Parecia até que elas foram mais afetadas ainda do que os homens.

Os partos outrora sem dor e rápidos, e que eram acontecimentos festivos, nos quais a mãe enteálica das crianças era honrada com fogueiras e canções alegres, começaram, no decorrer do tempo, a se tornar cada vez mais dolorosos e temidos. Não apenas isso. Frequentemente nasciam crianças doentes e aleijadas, muito mais temidas pelas mulheres do que os partos difíceis.

Tais crianças nunca permaneciam vivas muito tempo, pois geralmente eram eliminadas logo depois do nascimento como portadoras de desgraça.

Também a respeito da morte terrena muito se tornou diferente. Os seres humanos que apesar de sua idade avançada ficavam sadios e lúcidos até o seu último suspiro, não dependendo de ninguém, começavam a caducar, muito antes da morte, tornando-se pueris, irresponsáveis e um peso para os outros.

Enquanto as almas estavam sadias e os espíritos alertas e vivos, não havia pessoas idosas doentes nem irresponsáveis na Terra. Pelo contrário, quanto mais idosas as pessoas ficavam, tanto mais sobressaía o espírito puro. Os corpos terrenos, sim, com a idade progressiva tornavam-se mais fracos, mas isso não prejudicava em nada o límpido vibrar espiritual e as capacidades sensoriais que funcionavam perfeitamente.

Havia muita coisa então que oprimia os seres humanos, prejudicando fortemente o desenrolar tão leve e cheio de alegria de sua vida de outrora. A época áurea havia passado definitivamente. Os próprios seres humanos expulsaram-se do Paraíso, não obstante continuassem a viver na Terra, rodeados de beleza paradisíaca.

Sim, a Terra ainda continuava parecendo um jardim paradisíaco, cheio de alegria de vida dos entes da natureza… Contudo não mais era como outrora. A aura antes tão fulgurante era atravessada por sombras escuras. E às vezes um tremor perpassava todo o globo terrestre. Assim como se punhos gigantescos o sacudissem.

Os seres humanos sentiam o tremor e escutavam ruídos trovejantes provenientes do interior da Terra. Era como se um sinistro e desconhecido perigo se concentrasse ameaçadoramente em volta dela. Eles começavam a ter medo. Ninguém poderia ter dito do que tinham medo, pois fenômenos da natureza faziam parte de sua vida, e nunca tinham tido medo deles.

Os enteais a quem poderiam ter perguntado sobre isso não mais eram alcançados tão facilmente. Eles evitavam os seres humanos. Pois os outrora tão queridos seres do espírito causavam-lhes medo.

O medo foi outro mal que se alastrou entre os seres humanos. O medo oriundo da culpa.

Nenhum deles adivinhava que se carregara de pesada culpa ao interromper a necessária corrente espiritual, supervalorizando o raciocínio.

Não se tornaram conscientes de sua culpa, uma vez que seu horizonte e sua capacidade receptiva muito se haviam estreitado em virtude do desenvolvimento, contrário à lei, de seus cérebros. Falando simbolicamente, eles não mais se encontravam numa montanha alta com visão ampla, mas num vale estreito e fechado.”

Hoje o Planeta está superpovoado. Mais de seis bilhões de habitantes dos quais mais da metade vivem em precárias condições sociais e culturais. Agora os dirigentes percebem que o meio ambiente é finito e que não vai dar para atendimento adequado. A água potável desponta como grande preocupação e fator de conflitos entre os humanos. A causa do superpovoamento acha-se explicada por Roselis Von Sass no livro citado.

Mas não é só a água. A destruição do habitat humano, provocada pela ganância e ignorância, está presente em tudo, nas florestas, no solo, no ar e nos mares, tudo destruído pelo imediatismo de quem acredita numa única vida.