MUNDO INQUIETO
(05/02/2016)

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Dólar caro, dólar barato. Em artigo publicado no jornal Valor Econômico, o economista e professor Luiz Gonzaga Belluzzo fala sobre os efeitos das variações do câmbio e das taxas de juros que perturbam a economia e promovem escandalosos ganhos especulativos que voam para fora, mantendo os países reféns de suas dívidas, seja através das chamadas arbitragens, que se aproveitam das oscilações dos juros e câmbio, entre o momento da entrada de dólares no país com o valor mais caro e o momento da saída, com a cotação menor do que a da entrada, gerando um ganho sem nenhum trabalho. Ou através das chamadas swaps cambiais que são adquiridas com dólar barato e trocadas na alta. A economia fica toda distorcida, e a finança pública, estourada sem qualquer benefício para a população em geral.

Mas não é de hoje que o Brasil é doador de riqueza. Em Paris, na conferência sobre o clima, ao pedir ajuda aos europeus, Duarte Junior, prefeito de Mariana, disse que no século 18 foram transferidas para a Europa mil toneladas de ouro extraídas de Minas Gerais. Bem que poderiam retribuir agora contribuindo para a melhoria da educação das crianças e ampliar a rede do saneamento básico

Mas também há o descontrole das contas públicas, e as mazelas dos bancos e empresas controlados pelo governo. O descrédito da elite brasileira tem sido comentado pelo mundo, e não é novidade, pois como se vê no filme Chatô, Assis Chateaubriand e Getúlio Vargas poderiam ter feito a diferença, mas a coisa estava meio bichada já naquela época. Faltava um forte querer de construir um país forte na educação e na economia. Para eles bastava a luta visando o poder pelo poder, sem ideais enobrecedores, mesmo que empurrando o país para o abismo. A atual situação não está muito diferente.

Estamos muito abaixo do que o Brasil potencialmente poderia ser se contasse com uma classe política séria e uma população melhor preparada para a vida. Falta educação e preparo adequado Pátria deseducada, com pessoas desorientadas, sem propósitos, sem saber o que fazer com a própria vida cujo significado desconhecem, e nem se esforçam para se esclarecerem. Permitiu-se a perpetuação da colônia dependente. As cidades brasileiras foram criadas de forma desordenada, sem planejamento, e com isso prevaleceu o imediatismo e a especulação imobiliária, o que gerou em consequência municípios sujos e pouco hospitaleiros. Nós merecemos mais parques arborizados para humanizar as cidades

Se havia um projeto do governo de São Paulo, mesmo introduzindo melhoras na educação e separando as crianças por idade, faltou organizar a implantação com amplos esclarecimentos. Mas não é depredando escolas e criando caos no trânsito que os estudantes terão melhor educação e o país, um futuro melhor. Temos de continuar buscando melhoras no sistema, que devem contar com o apoio da mídia, das empresas e dos cidadãos. Queremos um Brasil melhor com uma geração forte para enfrentar os desafios.

Em vez de identificar as causas dos problemas que se avolumam e nos afligem, os homens olham para os efeitos, preferindo fazer críticas e deixando de examinar as causas. O problema maior se situa no próprio homem, na sua forma artificial de viver porque não se preocupa com as consequências de suas atitudes. Vai gerando problemas que atingiram um ponto de acumulação. Mais um pouco e poderemos ter o colapso de tudo, porque o homem não se preocupa em consertar a si mesmo.

O ser humano perde tempo com utopias irrealizáveis, quando ao contrário poderia ter criado um paraíso na Terra. Agora surgem distopias, isto é, as paisagens e a vida levadas ao caos. No entanto, o mundo dispõe de especialistas que poderiam ter encaminhado a vida para um estágio mais avançado, mas subordinados ao foco puramente financeiro, não atentaram para o perigo que se formava, inquietando a humanidade.

Invenções e teorias sobre a vida e seu significado existem aos montes. Cada um é livre para aceitar o que quiser, mas também responsável, e se não fizer uso de sua faculdade de examinar, comparar, refletir intuitivamente, então se torna culpado por não utilizar os talentos e capacitações ofertadas pelo Criador para beneficiar a humanidade.