ACOLHIMENTO ESPONTÂNEO
(03/01/2015)

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Há uma crise no ar. A miséria e os sofrimentos atuais devem-se ao afastamento da Luz. A humanidade não mais está recebendo a força da Luz, pois deixou de procurá-la, e tudo tende ao limite crítico. É o individualismo com seus pensamentos egoísticos. Não está ocorrendo mais o acolhimento espontâneo, uma característica bem brasileira, pois acima de tudo estão prevalecendo os interesses pessoais.

Os seres humanos foram dotados da faculdade de raciocinar para acompanhar os acontecimentos ligando-os com lógica, e deixam de fazer isso por preguiça. Não compreendem o significado da vida e se tornam escravos. A vida é uma peregrinação na busca da Luz da Verdade.

Nesta fase de turbulências, muitos seres humanos dominados pelo raciocínio se acham confusos, desconfiados, irritadiços. Seu proceder é incompreensível. Perderam a consideração pelo próximo. Com arrogância e vaidade não querem ouvir o que o outro tem a dizer. Julgam-se superiores. Tornam-se agressivos e mal humorados. Não se relacionam uns com os outros com o coração. Não promovem a harmonização aparando as arestas dos relacionamentos. Jogando com os fatos consumados, deixam de promover oportunidades para a conciliação dos conflitos, permitindo o fortalecimento dos antagonismos. Deixam-se escravizar pela ânsia para sobressair e dominar, e se preciso for, se tornam tirânicos, prevalecendo o sentimento de castas sobrepostas, os que mandam em cima, e os que obedecem, em baixo, gerando insatisfação e revolta. Falta a humildade espiritual para reconhecer e observar as leis da Criação.

Na complicada forma dos relacionamentos humanos são notórias as atitudes pueris em que prevalece um ranço de atitude de pessoa egocêntrica, mal humorada que não quer dar espaço ao outro, ficando aborrecida se ou outro se destaca. O lamentável nisso tudo é que deixa de haver uma visão compartilhada na busca do que é o certo. Cada qual acha que já tem a verdade consigo, e tudo que o outro está falando é supérfluo, e que ouvi-lo atentamente seria perda de tempo, ou até mesmo um risco.

A vida está apresentando muita tristeza e sofrimentos porque as pessoas criaram ilusões e fantasias, se afastando do verdadeiro amor, deixando a raiva e o ódio crescerem. Elas não se comovem mais com o sofrimento dos outros, pois se fecharam para a misericórdia. Em oposição ao amor auxiliador, surgiram o medo e seu descendente, o ódio. O medo tem sido fortalecido por diversas maneiras, sendo a ignorância a sua causa principal.

Os homens temem a possibilidade de receber represálias, de serem ridicularizados e feridos em seu orgulho e vaidade. Deixam que o ódio cresça para agir destrutivamente pelo mundo como resposta do raciocínio sem coração. Segundo uma lenda, no coração dos seres humanos vivem dois lobos: o lobo do amor e o lobo do ódio. Ultimamente o lobo do ódio tem sido mais alimentado, e com a sua agressividade, está se sobrepondo ao lobo do amor. Temos de fortalecer a boa convivência e a cooperação, para que o lobo do ódio não predomine, pois este não tem consideração, não quer doar nem fazer permuta de valores, com seu egoísmo só quer receber, produzindo a mais fria aspereza que se espalha pelo mundo.

Para fortalecer o acolhimento espontâneo as pessoas deveriam conservar limpo o foco dos pensamentos para desenvolver a empatia, a mútua consideração, a generosidade, reprimindo a hostilidade, a arrogância e a agressividade, pois somos todos peregrinos em busca da infindável evolução espiritual.

Um melhor futuro é possível, mas é necessário o querer com seriedade, que vem do coração, do eu interior com força total. Se os líderes e a população mobilizarem todo o seu potencial buscando valores que contribuam para melhorar as condições que favoreçam o progresso real, para construir beneficamente ao amparo das leis naturais da Criação, com certeza um futuro melhor será alcançado. Depende apenas do nosso querer.