O DOADOR DE MEMÓRIAS
(12/09/2014)

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Jeff Bridges, como o doador de memórias, percebia que naquela civilização os seres humanos tinham perdido algo de sua essência. Apegada ao materialismo a humanidade perdeu a visão do sentido da vida, e com o egocentrismo, passou a viver o presente de forma irresponsável, sem se preocupar com as naturais consequências que adviriam no futuro, semeando o caos.

O filme mostra o futuro de uma nova civilização, que após ter decaído muito pelas escolhas erradas que fez, criando um mundo áspero e hostil, suprimiu a livre resolução, padronizando o comportamento de forma rígida sem levar em consideração as características individuais. Poderíamos dizer que tudo passou a ser comandado pelos administradores investidos no poder que suprimiram a liberdade individual.

O modo de proceder de jovens e adultos tinha de estar em conformidade com o manual, de fora para dentro. As palavras também deviam estar em conformidade com a forma de proceder, tudo sem base no eu interior. Tudo submetido a uma rígida rotina. Os mandantes estabeleceram uma forma de vida mecânica, fria, sem emoções, como se tivessem o comportamento comandado pelo raciocínio, sem coração, sem a participação do espírito, mas não é para isso mesmo que a humanidade está tendendo nesta era em que tudo se padroniza sufocando as individualidades?

Na verdade, no ser humano autêntico, intuição, pensamentos e palavras deveriam estar sempre em harmonia para a sadia construção. A humanidade deixou de ouvir o coração, a voz do espírito, fazendo da mentira e da falsidade a norma de conduta. Era preciso que um líder consciente se destacasse da massa acomodada, buscando restabelecer a perdida conexão com o eu interior sufocado por drogas, temores e condicionamentos. Uma civilização que permanecia tão fora do caminho como a anterior, pois em ambas não havia como alvo prioritário o desenvolvimento e o fortalecimento do eu interior como a razão principal da própria vida.