TEMPOS OBSCUROS
(22/12/2013)

Como teríamos chegado a uma situação tão difícil e perigosa para a humanidade? Enquanto são realizadas muitas discussões de caráter financeiro e a crise econômica atual, a qualidade humana e do próprio planeta seguem em declínio, sem que nada sério seja debatido sobre essa questão tão essencial. A evolução dos seres vivos seguiu mecanismos estritamente naturais e coerentes, necessitando para isso um longo período de amadurecimento até que surgisse o corpo mais evoluído que daria lugar ao ser humano.

Os cientistas radicais não querem admitir a atuação de leis invisíveis que promovem a evolução, pois examinam a realidade apenas com o cérebro. O ser humano surgiu num corpo de origem animal ao qual deveria enobrecer prosseguindo a marcha evolutiva, tanto na aparência bonita e saudável, como no seu comportamento como espécie pensante dotada de livre arbítrio, destinada a produzir na Terra uma vida de elevada qualidade através de sua essência espiritual.

Por volta do ano de 1930, a população mundial situava-se na casa dos dois bilhões de pessoas. Atualmente, avançou para mais de sete bilhões, ou seja, num curto período de 83 anos houve o aumento de cinco bilhões de pessoas, sem que tivesse havido um planejamento para conduzir esse crescimento de forma ordenada. De onde vem tantas almas?

“É preciso limitar o número de pessoas nas futuras gerações... a cada quatro dias e meio, estamos trazendo mais um milhão de pessoas ao mundo, e isso não é algo sustentável. E é incrível como quase todo mundo entendeu isso muito bem e concordou comigo” - disse o escritor Alan Weisman, autor de O Mundo sem Nós, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo.

Acontecimentos trágicos que se avolumam pelo mundo. A vida e o seu real significado ainda não foi compreendida, pois não houve interesse para isso, apenas para a nossa satisfação no curto período que peregrinamos pela Terra.

No filme “Bel Ami, o sedutor”, uma das amantes pergunta a Georges (interpretado pelo ator Robert Pattinson) por que ele agia de forma tão egoística. Para fugir da pobreza, respondeu ele, acrescentando que seu pai tinha uma vida difícil, mas em todos os fins de semana se ajoelhava pedindo uma próxima vida melhor. “Eu quero viver bem agora, porque tudo acaba quando se morre...”, concluiu.

 A começar pelas religiões, o maior interesse tem sido a satisfação própria no curto período que peregrinamos pela Terra. Sem conhecer o antes e o depois, sem o reconhecimento das leis naturais da Criação, os homens embrutecem e partem para as guerras de conquista. E alegando outros motivos, semeiam misérias.

A sintonização da humanidade tem sido a de aproveitar o momento presente, sem se preocupar com o futuro, deixando a vida rolar solta pelo acaso, sem comprometimento, sem responsabilidade. A Mensagem de Jesus, moldada pelos interesses, foi utilizada por Roma como base para a religião, a qual, durante séculos foi a mola mestre, exercendo influência sobre tudo, tolhendo a liberdade dos indivíduos.

Com o desenvolvimento do capitalismo como civilização, a vida vem se desvinculando da religião e o ser humano, da espiritualidade. Ao contrário da religião, no capitalismo a influência dos homens que se apegam ao poder é exercida de forma oculta. Ganância e sede de poder têm impedido o progresso real.

As novas gerações devem ser preparadas para se tornar seres humanos de qualidade, benéficos a si mesmos e ao planeta. É uma causa a ser abraçada pelos jovens. Einstein, Darwin, Newton e muitos outros reconheciam a existência de poderosas leis reguladoras da natureza e da vida. Por isso a importância, até hoje não compreendida, de iniciar o aprendizado infantil através das belezas da natureza e seu encadeamento lógico de causas e efeitos.