MACROECONOMIA E POLÍTICAS PÚBLICAS
(27/01/2013)

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Macro, é uma palavra de origem grega, tem a ver com a amplitude, o oposto de micro. Aplica-se à economia em geral analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados como renda e produtos, níveis de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio. O enfoque macroeconômico estabelece relações entre grandes agregados auxiliando a compreensão da situação da economia e tendências.

No entanto, presentemente a macroeconomia não está conseguindo alcançar as suas metas prioritárias, como aumentar o nível de empregos, estabilizar os preços, distribuir renda, crescer a economia, solucionar conflitos de objetivos, pois estamos diante de uma situação muito especial, diferente das enfrentadas anteriormente.

A economia global está sofrendo a falta de dinamismo. Mas como dinamizar a economia nesse ambiente globalizado no qual as grandes as corporações transnacionais vão produzir onde conseguirem mão de obra especializada e custo final mais baixo, de formas a oferecer os parâmetros de qualidade aceitos pelo mercado?

Acresce ainda o desequilíbrio cambial entre as moedas, agravado pelos movimentos especulativos que afetam profundamente o preço de entrada das mercadorias importadas, e o endividamento dos Estados em proporção superior ao PIB.

Então a macroeconomia e as políticas públicas contam com um sério desafio que exige bom senso, ética, e defesa dos interesses da população local, pois essas corporações transnacionais, ainda não alcançaram o estágio ético de colocar a qualidade de vida e o desenvolvimento harmônico da sociedade humana entre as suas prioridades.

A história do Brasil revela os fatores do nosso atraso. Aqui se vinha para ficar rico com o extrativismo e levar a fortuna para gastar na Europa. Depois veio a economia de exportação com mão de obra escrava. O trabalho era tido como atividade inferior. OBarão de Mauá enfrentou a adversidade daqueles que queriam permanecer na tranquila economia agrícola de exportação, sem cuidados com o solo nem com a mão de obra, sem escolarização, gerando uma economia frágil e cheia de problemas.

Quando os cidadãos brasileiros vão pensar o Brasil como uma unidade? Desperdícios, desvios, e continuamos atrasados. Miséria pelas grandes cidades, maior ainda pelos sertões áridos sem água, sem médicos, sem educação. Que as verbas sejam empregadas para moldar os contornos de um país que abriga seres humanos!

Na visão de Adam Smith, a divisão do trabalho – em todas as áreas da produção, levaria a riqueza universal às camadas mais baixas da população. Isso nem sempre aconteceu, permanecendo grande parcela da população em condições sub-humanas, sem possibilidade de realização pessoal e com tendência ao agravamento.

No mundo está ocorrendo uma redivisão do trabalho com a inclusão de milhões de operários asiáticos no sistema produtivo. Isso está causando impacto em todo o ocidente, visto que a política das empresas transnacionais visa produzir onde conseguir o menor custo final, para abastecer todos os mercados.

No Brasil, além de todas as dificuldades, ainda tivemos a armadilha dos juros, agora atenuada com a drástica redução como meio de contornar os efeitos do afrouxamento externo da liquidez. Estudos indicam que no final do século passado, um capital aplicado no mercado financeiro dobrava em seis anos. Quem iria investir em desenvolvimento de produtos e instalações diante desse rendimento seguro? Asituação atual é de incertezas, pois há uma retração global após as crises financeiras a partir do ano de 2008, que se agrava com a incapacidade dos investimentos governamentais devido ao volume da dívida pública. Ao mesmo tempo ocorre uma aceleração de custos difícil de ser recuperada nos preços que não param de subir.

Examinando bem, observamos uma discreta guerra econômica, não declarada, e em curso a todo vapor. O objetivo é conquistar acesso a matérias primas, mercados, conservar os empregos e acúmulo de divisas internacionais. Um jogo fortíssimo que visa ampliar o poder através do aumento de reservas financeiras em dólares como meio de consolidar o poder, aquisições estratégicas, dificultar e retardar a concorrência externa. É o novo mercantilismo em escala global, por isso busca-se importar só o essencial e produzir para o mercado externo, usando todos os artifícios comerciais e cambiais para a conquista dos mercados e a sua desindustrialização. Uma corrida para o abismo.

O momento exige criatividade e equilíbrio nas contas internas e externas. Uma alternativa seria o comércio bilateral através de acordos equilibrados de troca de mercadorias e a consolidação do mercado interno para gerar empregos sem depender de importações de bens de consumo. Fora disso fica difícil alcançar equilíbrio nas contas, na produção e nos empregos, pois as bases para a competitividade foram detonadas e os governos não tem como dinamizar a atividade econômica. Outro elemento indispensável é estabelecer como meta o bom preparo das novas gerações, pondo qualidade à educação fundamental para daraos jovens cidadãos a capacidade de pensar, escolher, comparar, raciocinar, divergir, aprender continuamente e, sobretudo, agir com ética, sem o que a decadência será inevitável.