AS NOVAS GERAÇÕES E O FUTURO
(10/06/2012)

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Se os adolescentes de hoje forem como os do filme Anjos da Lei, o que poderemos esperar do futuro? Urge oferecer aos jovens motivações para que busquem um futuro melhor para o planeta. Embora em tom de comédia, o filme adentra no campo da baixaria mostrando os jovens estudantes como um bando de alienados que se permitem todos os tipos de excessos sem qualquer visão de futuro. Apesar disso a dupla consegue atrair a nossa atenção e fazer com que fiquemos na torcida para que vençam o desafio de desbaratar a gang da droga.

Como policiais disfarçados em alunos, Jenko e Schmidt voltam à escola e encontram os jovens agindo de forma diferente, parecendo mais alienados ainda, no entanto eles vão aceitando a situação sem fazer um esforço para compreender as causas da diferença. Bebidas, maconha, drogas, orgias sexuais, tudo está sendo permitido aos jovens ainda em formação. Será por causa das ameaças de desemprego? Alguns filmes estão apresentando tantas baixarias que nos fazem sentir enojados. Aonde isso vai parar? Estará a humanidade espiritualmente adormecida?

As crianças e os jovens aprendem observando o que veem e ouvem assimilando tudo. Com raras exceções a mente das crianças tem sido entulhada de coisas inúteis e até nocivas, passando várias horas na frente da TV, partindo para os jogos eletrônicos, usando a internet para superar o vazio. As novas gerações deveriam receber como modelo básico para a atuação da espécie humana, a necessidade de se esforçar para construir um mundo melhor, com ética e responsabilidade. Seria isso demais? Mas os adultos têm coisas, ditas mais importantes, para se ocupar do que ficar se preocupando como se relacionar com o próximo de forma construtiva e equilibrada e dar bons exemplos. Talvez temam que os jovens adquiram clareza e, descobrindo o sentido da vida, percebamas incoerências do sistema, passando a reivindicar mudanças que poderiam ferir privilégios consolidados há séculos.

Aponta-se como causa principal do avanço do desemprego nos países desenvolvidos e, especialmente na Europa,o processo mundial de transferência da produção edo trabalho, que vem incorporando entre 40 e 50 milhões de asiáticos por ano ao mercado de trabalho e de consumo, o que é um acontecimento importante, mas isso deveria estar sendo realizado de forma ordenada e não apenas porque se trata da incorporação de mão de obra barata com vantagens cambiais competitivas que vão alijando do mercado global os sistemas produtivos constituídos com alguma proteção e que se revelam incapazes de se atualizar de forma competitiva.

A atual crise econômica que assusta os europeus restringe os horizontes tanto para adultos como para as novas gerações que enfrentam um nível elevado de desemprego. Durante décadas esses países devedores enfrentam déficits, o incompreensível é que tenham continuadamente buscado cobertura através de empréstimos no mercado financeiro, sem prever que as dívidas estavam se acumulando, o que tornaria mais difícil o seu pagamento. Crédito abundante e reduzidas taxas de juros foram o combustível para obras não essenciais, com desperdício de dinheiro em projetos sem retorno.

O prêmio Nobel indiano, Amartya Sen, não concorda com a ideia de que o custo elevado do estado de bem-estar social seja o grande entrave da recuperação da Europa. Segundo ele a gigantesca crise financeira de 2008 teve inicio com falhas no funcionamento dos mercados financeiros e quando os governos gastaram bilhões para socorrer os mercados, os países acabaram acumulando dívidas colossais.

Diante do desequilíbrio das contas surgem agora os programas de austeridade e o desemprego. Como resolver esse grave problema? Ao invés de evoluir, o sistema conduz ao rebaixamento para subsistir. Lamentavelmente a cobiça por poder e riqueza levou a humanidade por caminhos tortuosos pela falta de um equilíbrio sadio nas relações entre as nações, tendo acarretado a eclosão das grandes guerras do século XX. Com todo o sofrimento resultante nada foi aprendido e de novo nos encontramos diante de situações conflitantes, mas desta vez em um clima de falta de esperanças que fortalece o descontentamento. Algo está errado, a vida ficou reduzida a uma rotina diária e à renhida luta pela sobrevivência. Falta o ideal da busca do desenvolvimento humano como a prioridade essencial.

Quem somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o sentido da vida? Essas perguntas foram postas de lado e ainda há muita resistência para que se possam mencioná-las abertamente, mas logo virá a era do despertar espiritual para o auxílio daqueles que, ansiosamente, buscam a Luz da Verdade.