O QUE FALTA NA EDUCAÇÃO
(27/05/2011)

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Face aos problemas existentes, a questão educacional no Brasil é grave e está exigindo mais atenção ainda do que a que está sendo dada. Muitas prefeituras contam com parcos recursos e nem sempre são dirigidas por administradores competentes e preocupados com a educação, que precisa receber maior apoio do governo estadual. A situação se agravou com o acréscimo de um ano no ensino fundamental, evidenciando a falta de espaço físico. Crianças com seis anos de idade, que deveriam estar no primeiro ano, nem sempre são acolhidas na rede estadual de ensino. Deficientes também não.

A escassez de salas de aula reduz as vagas para o ensino médio diurno, e os alunos são empurrados para cursos noturnos com mais precariedades e menor rendimento. Os jovens que por alguma razão não acompanharam as aulas e que estão trabalhando, também têm dificuldades para obter vaga nos cursos noturnos da categoria EJA (Educação para Jovens e Adultos).

Tudo isso afeta a rede municipal de ensino, sobrecarregando o orçamento e afetando a qualidade do ensino, amontoando alunos por falta de salas de aula nos bairros carentes. É lamentável essa falta de sincronia entre Estado e Municípios, pois o prejuízo atinge grande parcela da população que fica impossibilitada de oferecer aos jovens uma educação adequada. A desestruturação familiar impõe a necessidade de vagas para atender a demanda de educação infantil, lazer e merenda nutritiva em quantidade suficiente, mas faltam investimentos em creches. Em longo prazo, o país será o grande prejudicado pela incapacidade de alcançar o desenvolvimento que depende da qualidade da educação.

Temos problemas com a formação e remuneração dos professores, que precisam trabalhar mais de um período para assegurar um rendimento melhor, o que os desgasta predispondo-os para o estresse. Muitos vão à aula noturna cansados, porque já fizeram um ou dois turnos durante o dia.

Além de todas essas dificuldades, há ainda a questão dos conteúdos e condução das aulas para um bom preparo das novas gerações. As aulas precisam sair do sistema que ensina pela memorização, incentivando nos alunos a disposição para o raciocínio lúcido para o solucionamento de problemas complexos. Além de fortalecer o foco e a concentração, o raciocínio lúcido também predispõe as pessoas a serem mais sensíveis às percepções intuitivas.Os jovens precisam aprender a verdadeira consideração humana e a cooperação, formando em sala de aula equipes de estudos sob a orientação dos professores.

As novas gerações precisam ser orientadas para a compreensão da natureza, pois ela é a mãe de todas as ciências. Que adianta desenvolver uma química que acelera o crescimento das melancias, mas as tornam impróprias para o consumo? Que adianta desenvolvermos a energia nuclear, se ainda não fomos capazes de compreender o funcionamento dos átomos para evitar os efeitos da radioatividade?

Então, é com o amplo estudo das leis naturais que deveremos desenvolver os estudos da física, da matemática, e dos diversos ramos da ciência. Pois a ciência dissociada da natureza, não consegue produzir os resultados benéficos que deveria. Mas, para tudo isso, precisamos de professores bem preparados, sadios e com a adequada valorização e retribuição por sua dedicação e esforço.

Da parte dos alunos, nada fará sentido se não souberem ler e escrever fluentemente, com amplo domínio do vocabulário e das regras gramaticais que induzem ao aperfeiçoamento do idioma. É também de fundamental importância o papel da família, seja na valorização da educação para exigir do governo os investimentos necessários para a melhora continuada do ensino, seja no incentivo aos filhos para estudarem com afinco e lerem mais horas do que passam assistindo TV.

Planejando dessa forma, naturalmente os talentos começarão a se evidenciar e deverão ser aprimorados para a conquista de uma vida melhor, que beneficie toda a humanidade e o planeta, enobrecendo-o através da elevação das condições existentes, pois a educação é responsabilidade de todos.