LEÕES E CORDEIROS
(01/12/2007)

Os seres humanos estão dominados pela indolência enquanto os poderosos lutam pelo sucesso a qualquer preço

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O Professor Stephen Malley, disse que enquanto Roma está pegando fogo, as pessoas estão acomodadas diante da televisão buscando diversão, enquanto os poderosos, o sucesso a qualquer custo. Trata-se do filme Leões e Cordeiros, dirigido por Robert Redford sobre as guerras em que os Estados Unidos estão envolvidos e a atual apatia cívica dos norte-americanos. Redford, não só dirige como produz e atua no filme.

Contudo, examinando bem os fatos, é o planeta que está pegando fogo em todos os sentidos, a começar da Califórnia, mas a humanidade como os brasileiros, permanecem acomodados, dormindo em berço esplendido.

Na época atual com a predominância do individualismo, o sistema de vida tem permitido a prática da lei do mais forte, do mais astucioso. As pessoas sem coração dominam facilmente. Os honestos e sinceros são considerados fora de época em meio à aspereza e agressividade atuais. Quando se trata da questão do poder, há longo tempo temos observado os efeitos das nefastas ações dos seres humanos menos escrupulosos, calculistas e manipuladores, para os quais, os fins justificam os meios. Violência, sofrimento e miséria são o que produzem com sua arrogância e teimosia, para manter as pessoas em sua cômoda indolência.

Muitos dirigentes que tomaram o poder a força, ou mesmo que o tenham recebido de forma regular, não vacilam em afastar os rivais para se perpetuarem no poder sem contestações. Os cordeiros vão aceitando passivamente e os lobos vão disseminando a intimidação, a manipulação através de mentiras e o envolvimento daqueles que poderiam se opor, como meio de se firmarem no poder. Atuação desse gênero está mostrada no filme O Último Rei da Escócia, que focaliza a violência e agressividade de Id Amin Dada, ditador de Uganda, que inicialmente seduziu a população e simpatizantes com promessas e palavras bonitas, mas com o tempo foi demonstrando absoluta falta de tolerância e confiança, passando a agir de forma desumana e sanguinária.

Em “Leões e Cordeiros”, filme de Robert Redford, que mais propriamente deveria ser chamado de “lobos e cordeiros”, o personagem de Ton Cruise, o senador Jasper Irving mostra a mesma intransigência de Id Amin, porém de forma mais refinada, com colarinho branco e gravata, no entanto, não menos sanguinária. Redford quer mostrar a passividade dos humanos diante das questões essenciais da vida, pois o que nos tem sido dado a perceber, é que o mundo tende para um novo holocausto, desta vez de terríveis proporções, pois muitas armas nucleares estão armazenadas nos arsenais atômicos, enquanto outras se acham em processo de fabricação. Atordoado, o mundo já houve falar em rumores de guerra quente em meio a outras guerras ainda não tão quentes, mas nem por isso menos agressivas e cruéis.

Nas tragédias que os lobos ajudam a criar visando assumir o poder, eles se vestem de salvadores da pátria, sempre se recusando a reconhecer os próprios erros, manipulando os fatos para ocultar seus objetivos e suas ações egoístas. Nessa luta sobra pouco espaço para fortalecer a humanização das pessoas.

Tudo leva a crer que a situação humana tende para limites críticos, e que um colossal processo de mudanças esteja em andamento para acabar com a falta de humanidade na vida. Tudo de errado que aí está, resultou da sintonização dos próprios seres humanos. Para que novos rumos sejam estabelecidos, se faz necessária uma nova sintonização, que possibilite o restabelecimento da conexão com a essência espiritual que nos vivifica. Então, as leis do Criador, isto é, Sua Vontade, estará presente na vida, enfim em tudo, ou seja, no coração dos seres humanos, zelando pela harmonia e pacífica convivência nas famílias, nas organizações, no Estado.