APOCALIPSE OU JUÍZO FINAL?
(16/02/2007)

Milhões de pessoas acreditam que o apocalipse está próximo e que somos a geração que irá vivenciar o tempo do Juízo Final. No entanto, a revelação de João, na última parte do Novo Testamento, apresenta-se obscura, cheia de mistérios e segredos. Segundo documentário da National Geographic teria sido escrito, provavelmente, sessenta anos após a crucificação de Jesus.

O Apocalipse de João, tal como nos foi dado a conhecer, apresenta-se repleto de lacunas e incoerências. Uma coisa, porém, é inegável, atualmente as coisas estão andando muito depressa, a cada dia novos acontecimentos abaladores nos dão sinais de que algo diferente está se passando no mundo. Os rumores de guerra, as catástrofes da natureza, a violência e o aumento da maldade, tudo indica que estamos saindo da normalidade, pois o Criador, com a perfeição de Sua vontade, estabeleceu as leis que regem a Criação, as quais foram tripudiadas pelos seres humanos e agora trazem de volta as conseqüências. Nas leis da Criação não há lugar para dogmatismo nem atos arbitrários.

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No mundo moderno não há mais generosidade; raramente observamos ajuda desinteressada onde seja necessária; os interesses dominam; não há compreensão pelo sofrimento do próximo bem como por suas fraquezas. Os desejos raramente são voltados para o bem. As pessoas estão descontentes, nada as satisfaz o que aumenta a depressão, a revolta e a amargura.

O texto do apocalipse preocupa autoridades religiosas e governamentais pela inquietação que poderão provocar. João ofereceu uma previsão do futuro, dos tempos que estamos vivendo com palavras utilizadas há dois mil anos e que sofreram distorções e interpretações erradas, resultando num quadro desconexo e incompreensível.

Mas, exatamente, o que quis dizer João. Ele escreveu para a humanidade em geral, de sua época e do futuro, pois sabia que o espírito humano recebe várias moradas para a sua evolução, ou seja, vários corpos terrenos em diferentes épocas. O corpo material é apenas a vestimenta que ele veste ao nascer na matéria.

João descreveu as lutas dos exércitos da Luz para aniquilar os servidores das Trevas e seu príncipe. Mas tais lutas não ocorrem no ambiente materialmente visível; equivocando-se a esse respeito, as revelações foram sendo misturadas, embaralhando-se os acontecimentos terrenos com acontecimentos em outros planos. Lúcifer, o anticristo, manipulando o raciocínio humano, programou a ruptura com o espiritual, através do atamento voluntário ao espaço e ao tempo, deixando a humanidade entregue às conseqüências de seus atos, inexoravelmente submetidos aos incorruptíveis efeitos das leis da Criação. Dominando o raciocínio dos seres humanos, a começar pelas autoridades religiosas, Lúcifer domina o planeta Terra, transformando a vida num vale de lágrimas.

No entanto, a justiça divina não se deixa escarnecer, trazendo de volta para os humanos as conseqüências de tudo o que fizeram, pensaram, e falaram com sua vontade afastada dos conceitos espirituais mais elevados, por estar voltada exclusivamente para a vida terrena.

O Apocalipse de João aponta para o final dos tempos concedido ao espírito humano para a conscientização de si e do mundo. O Juízo Final é a época em que as conseqüências das falhas humanas eclodem simultaneamente sobre todo o Planeta. Miséria, fome, doenças, catástrofes climáticas. As falhas humanas têm a ver com a sua ignorância e alheamento ao significado da vida, a qual foi acorrentada ao mundo material sufocando completamente a parte espiritual, como sendo a grande falha apontada por Jesus, pois com a parte espiritual ativa, as trevas não alcançariam seu triunfo.

No entanto, Roselis von Sass, no livro Profecias, esclarece que João Evangelista, supostamente, teria escrito as revelações pouco antes de seu falecimento, mas segundo ela, as revelações chegaram à Terra aproximadamente duzentos anos após o nascimento de Cristo, tendo sido recebidas por uma vidente que preferiu permanecer incógnita, tendo as revelações sido transmitidas por João Batista, mas nessa época era comum a torção dos ensinamentos de Jesus impedindo o aprimoramento espiritual dos seres humanos.

O fato é que não podemos acreditar em coisas que não sejam compreensíveis. Uma das grandes incoerências está na descrição da volta de Jesus transformado em guerreiro. João sabia que Jesus enviaria o Espírito Santo, Consolador e Julgador, o Filho do Homem, como Ele próprio, portador da Luz da Verdade. Buscar pela compreensão através de minucioso exame é uma capacitação do espírito desperto:

“Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis”.
(Mateus 24.44).

“E agora vou para aquele que me enviou... vou para meu Pai e não me vereis mais...”
(João 16.5, 10).

“Mas quando vier aquele, o Espírito da Verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”.
(João 16.13).

O julgamento da humanidade, encaminhando os seres humanos para uma irrestrita submissão às leis da Criação, é um processo que não se efetiva em um dia ou um ano. São necessários muitos anos para que as transformações se efetivem, possibilitando a cada ser humano que procura, o encontro com a Luz da Verdade, eliminando aqueles que não querem aceitar a submissão à Vontade Divina como o único meio de salvação.