CALMA, MINHA GENTE
(08/08/2006)

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Notícia ruim é o que não falta. Mas tem muita coisa boa também, é que na agitação dos acontecimentos e das obrigações diárias, não conseguimos manter a necessária serenidade para olhar o que temos em nossa volta.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, muita coisa é descuidada, maltratada, pois não há um forte sentimento comunitário de beneficiar o todo, prevalecendo o imediatismo na busca do atendimento das necessidades pessoais. A região central se tornou pavorosa com seus prédios velhos, mal conservados. Nas ruas não se nota mais a alegria de outrora. Temos a impressão de que milhões de pensamentos negativos esvoaçam livremente, criando uma sensação opressiva e inquietante.

Mas, se vocêmora próximo ao bairro de pinheiros experimente ir logo cedo ao Parque Vila Lobos. Chegue lá pelas sete horas da manhã. Veja a alegria dos pássaros procurando alimentos na grama. Muitas pessoas vão lá cedinho para caminhar, enquanto a poluição dos veículos motorizados ainda não inundou a cidade. Existem muitas árvores mais antigas, e, finalmente, foram plantadas centenas de mudas em toda a extensão do Parque. Quando vou, sempre digo para elas: “cresçam, cresçam para dar vida a este grande jardim”. Por traz dos edifícios, surge o sol para iluminar aquele “templo”, onde alguns vão levar a sua prece de agradecimento pelo novo dia. Não é uma prece recitada, mas sentida no coração, como uma reverência ao Criador que ainda nos permite desfrutar das belezas e da paz de um bosque bonito no meio da selva de pedra.

O Parque está muito bem cuidado. Diariamente as folhas caídas são juntadas em redor dos troncos das árvores, para ajudar a conservar umidade. Os visitantes jogam lixo apenas nos recipientes apropriados contribuindo para a limpeza do local.

Nós necessitamos de muitos parques e jardins, não apenas para fazer caminhadas, mas principalmente para contribuir para um bom equilíbrio emocional, nesta época em que tantas coisas tristes e desagradáveis acontecem ao mesmo tempo e se tornam os temas mais divulgados em todos os meios.

Nós necessitamos recuperar o equilíbrio emocional, porque perdemos o contato com o real sentido da vida. Corpo-mente-espírito estão desconectados. O espírito está esquecido, ignorado. A mente super estimulada, gerando milhares de pensamentos obsessivos e inúteis. Em conseqüência o corpo se enfraquece com os impactos que se abatem sobre ele, levando-o a adoecer.

Brevemente, com o avolumar das catástrofes naturais e das tragédias humanas, teremos que reconhecer como nos deixamos envolver por falsos conceitos, seguindo por caminhos errados. Somos todos habitantes do mesmo planeta, a Verdade é a mesma para todos os seres humanos, mas em sua vaidade e orgulho, cada qual quis construir a sua verdade, mas agora teremos que reconhecer como fomos tolos, pois a Verdade é muito maior do que poderíamos arquitetá-la com o raciocínio preso à terra.

Os muros serão derrubados, os véus rasgados. Quando verificarmos o que realmente é a vida, perceberemos enfim como nos deixamos envolver pela ilusão de um falso saber e mania de grandeza. Devemos nos acautelar para que isso não ocorra somente quando for tarde demais.

Por isso, vá bem cedinho fazer caminhada nos bosques e jardins, mas não fique pensando nos problemas do trabalho ou da família, antes de tudo, procure, no meditar interior sobre a existência terrena, o sentido da vida. Assim, os sentimentos intuitivos elevar-se-ão, impulsionando-nos na busca da Verdade e da felicidade.