BUDDHA, LAO TSÉ, ZOROASTER: ANUNCIADORES DO CAMINHO
(18/04/2005)

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A roda do tempo avançava celeremente, mas na Terra os seres humanos se desenvolviam na direção errada, afastando-se da vida espiritual, acorrentando-se à matéria, sufocando a intuição que os exortava a reconhecer as Leis da Criação que representam a Vontade Divina, isto é, o natural curso evolutivo de toda a Criação que impulsiona na direção da evolução e do aprimoramento. Ao invés de reconhecer a Vontade Divina, para segundo ela edificar a sua vida terrena, desenvolveram a vontade própria, carregada de egoísmo e arrogância, provocando decadência em todas as direções.

Os seres humanos afastavam-se cada vez mais do real significado da vida, colocando a sua pequena vontade acima de tudo, sempre na busca dos prazeres terrenos e do poder terreno, sem levantar o olhar para a maravilhosa Criação, indagando-se: qual o sentido da vida? De onde viemos? Para onde vamos?

Contudo ainda havia muitas pessoas de boaíndole, que em seu coração ansiavam pelo saber. A Luz, em sua imensa bondade e sabedoria, conduzia de tempos em tempos, para os diferentes povos, fortes espíritos humanos, com a missão de transmitirem os necessários ensinamentos sobre as leis da Criação. Os ensinamentos desses seres humanos especiais, tinham em sua essência muita semelhança, posto que todos apontavam para o monoteísmo, para o conhecimento da existência do Deus Único, o Altíssimo, o Criador de Todos os Mundos. As criaturas humanas deveriam praticar o bem e estarem cientes de suas responsabilidade para arcar com as conseqüências de seus atos.

A reconstituição de suas vidas apresenta muitas dificuldades pela falta de dados, e mesmo os existentes ensejam contradições, apresentando fatos isolados desconexos, legendários e místicos, sem continuidade cronológica. Existem poucas informações disponíveis. No caso de Buddha, a maioria dos livros não menciona a existência de três personagens distintos que alcançaram o estágio de Buddha, o desperto em espírito, o iluminado. Aquele que alcança o conhecimento perfeito ou iluminação.

De todos os Buddhas que existiram, ou seja, Siddarta, Rahula e Gautama, um destaca-se de maneira especial: Gautama Buddha, cujo saber elevou seu povo a uma alta esfera de realizações, conduzindo-o, sabiamente, ao conhecimento e conseqüentemente ao louvor do Senhor de Todos os Mundos na vida, nos atos.

Certamente podemos afirmar que o único meio através do qual o ser humano conseguirá libertar-se dos baixos pendores que o acorrentam à pesada matéria, prosseguindo a sua trajetória, é o reconhecimento do seu lugar na Criação e do funcionamento das automáticas leis que são orientadas pela Vontade Divina, e abrangem todas as criaturas. Essa é a principal finalidade de sua existência terrena.

Segundo o livro Buddha, editado pela Ordem do Graal na Terra, o príncipe Siddharta vivia displicentemente em seu palácio, em Kapilawastu, em companhia de sua mulher Maya, e seu filho Rahula, cujo significado é, “aquele que é prometido”.

Siddartha desdenhava das crenças e das intuições de sua mulher, gostava mais de se dedicar à caça do que proteger as fronteiras contra os invasores. Kapilawastu caiu nas mãos do inimigo. Siddharta foi atacado caindo semi morto, despojado de seus bens e de sua família.

“De príncipe, passou a simples peregrino, seu aspecto era o de um pária, mísero representante da mais baixa classe social, da classe desprezada e maldita. Seu longo caminho de aprendizado fez com que, pouco a pouco, fosse se elevando, fazendo descobertas reveladoras, de conformidade com o seu amadurecimento interior, que o transformaram em um grande mestre. Um príncipe que, ao conhecer os baixios da vida, se constitui posteriormente, em uma ancora de saber para o seu povo”. (Obra citada)

A História é pródiga em exemplos do comodismo humano que se destaca após a vinda de Profetas e Enviados de Deus. Esse comodismo afasta os seres humanos de um permanente empenho na conservação dos ensinamentos básicos em sua forma original, dando inclusive ensejo à introdução de conceitos não verdadeiros, principalmente por não mais compreenderem os ensinamentos de forma espiritual, mas também em atendimento dos interesses de dominação terrena.

Depois da morte de Gautama-Buddha e de seus auxiliares diretos, “toda uma série de interferências humanas se introduziu na doutrina, tão pura, vinda do Alto, em outros tempos. Quase imperceptíveis, a princípio, depois mais pronunciadas, e afinal, grandemente alteradas, iam surgindo as várias correntes. Cuidavam de se adaptar ao espírito da época, quando na realidade o que faziam era se acomodarem às trevas, que tudo empenhavam para empanar a limpidez da primitiva harmonia.”

Aquilo que não é corretamente compreendido, geralmente é posto de lado pelos seguidores. Assim, com raras exceções, a parte essencial da doutrina apresentada pelos profetas, acabou sendo postergada, perdendo-se o real conteúdo da mensagem recebida.

Como sempre tem acontecido com o ser humano que deixa de ouvir a sua voz interior, já naquela época cada qual só tratava de impor sofregamente o seu ponto de vista pessoal, contribuindo para lançar uma onda de lodo sobre a pureza da primitiva doutrina.

Os seres humanos se distanciaram muito do saber originalmente revelado por Buddha, mas que agora ressurge, como um presente aos que buscam o real conhecimento que restabeleça o saber original, conduzindo-os para a luz da verdade!

Ao reduzir a importância do reconhecimento da Criação e suas leis, o que deveria ser primordial em sua existência, o ser humano passou a canalizar as suas potencialidades, principalmente, no acúmulo de bens terrenos e para galgar os degraus do poder, considerando como secundário aquilo que lhe é essencial para o adequado aproveitamento do tempo que lhe foi outorgado na materialidade.

O ser humano da atualidade se sente engrandecido com os seus feitos materiais, mas o verdadeiro saber da Criação se acha soterrado sob toneladas de inúteis informações terrenas, idolatradas por muitos eruditos que desconhecem a elementar simplicidade e clareza presentes no funcionamento da Criação e suas leis, únicas efetivamente capacitadas para formar a base de uma construção sadia e duradoura.

Quanto a Lao-Tse, a sua vida é praticamente desconhecida. Lao significa criança, jovem, e Tse, maduro, sábio. Assim, o nome estaria significando “jovem sábio”, espiritualmente adulto. Tse, somente era agregado ao nome daqueles que alcançavam a categoria de lama superior.

Lao-Tse, viveu e atuou no Tibete e na China, aproximadamente 600 anos a. C., movido por profundo amor ao povo, desejando levar as pessoas ao conhecimento da condução Divina. Os homens deixavam-se levar geralmente por demasiada atividade. Impacientes criavam ao redor de si inquietação e com isso desventuras. Deviam fazer pausa, pausa para meditar, desabrochando intimamente, dando ouvidos a sua voz interior. Só assim eles conseguiriam tornar-se felizes e satisfeitos, reencontrando o caminho para aquelas Alturas, donde se originaram.

Quase não existem registros sobre a vida de Zoroaster. Até mesmo com relação a data em que viveu existem dúvidas, e na doutrina a ele atribuída existem muitas distorções. É provável que a sua época tenha sido por volta do ano 600 a. C., tendo vivido e atuado na região da Pérsia, atual Irã. Zoroaster foi para o seu povo, o preparador do caminho daquele que viria, e posteriormente Zorotushtra, o conservador do caminho, cuja atuação se destina a tornar acessível o saber verdadeiro. Com seus ensinamentos o povo elevou-se espiritualmente e progrediu, o que fez com que sua doutrina fosse também adotada por outros povos da região.

Zorotushtra, tornando-se o supremo sacerdote dos iranianos, auxiliou o soberano da época, o rei Hafis, a conduzir o povo ao saber do Deus-Único – Ahuramazda. Também revelou o conhecimento de múltiplas vidas terrenas: “é permitido retornardes à Terra, depois da morte, para reparar o que estragaste agora!”

Pouco restou do acervo, destruído que foi pelos conquistadores. Os sábios ensinamentos de Zoroaster não permaneceram em sua forma original, sendo aos poucos deturpados por superstições primitivas, pela magia e pela ambição dos sacerdotes da época.

Para preparar o solo adequadamente para o abençoado acolhimento das Leis de Deus na Criação, especiais enviados da Luz: Krishna, Buddha, Lao-Tse, Zoroaster, todos trouxeram, cada um para o seu povo, em linguagem apropriada para aquela época, o saber espiritual básico preparatório para a recepção do saber completo da obra da Criação. Também o profeta Maomé, veio para a Terra com a mesma finalidade.

As trevas não querem que a Luz seja encontrada, promovendo uma ação destrutiva, sempre que encontrarem oportunidades e seres humanos dispostos a colaborar em sua atividade nefasta para anular os auxílios à humanidade.

Em todos os ensinamentos de Profetas e Enviados, pode ser observado com nitidez a grande e uniforme condução proveniente da Luz.

E tudo teria conduzido para uma única e verdadeira doutrina se os seres humanos não tivessem sempre torcido o real sentido das mensagens, adaptando-as segundo suas cobiças e conveniências.

Assim, os seres humanos facilmente abandonavam os inúmeros auxílios provenientes da Luz, para acatar mentiras e falsidades mais condizentes com a sua vaidade e comodismo.

Os desvirtuamentos tinham de acarretar confusão e antagonismos, fragmentando ao invés de unificar o saber, gerando intolerância, inimizades e perseguições. Tais ensinamentos restaram dispersos e confusos e, hoje não conseguem propiciar o grande auxilio esperado pelos seres humanos que buscam, pois faltam lógica e coerência que se ligam à intuição. Se mantivessem a pureza original, não haveria conflitos e contendas. Também a introdução arbitrária de misticismo trouxe muita confusão, afastando os que buscam.

Contudo, os seres humanos que acolheram um grãozinho da verdade em seu coração, consciente ou inconscientemente, anseiam pelo saber da verdade espiritual e por isso mesmo serão conduzidos à oportunidade de encontrar a Luz da Verdade para sair das sombras da ignorância, pois os Preparadores do caminho da Luz na Terra, em seus ensinamentos, sempre apontaram para a necessidade de estarem preparados para a vinda do Filho do Homem, o portador da Luz e do saber real, mas também da espada julgadora para os atos dos espíritos humanos. Evidentemente, a época do julgamento dos seres humanos estava prevista para o futuro remoto, mas naqueles tempos, o saber das múltiplas reencarnações num outro corpo terreno era um fato natural conhecido por todos, e por isso mesmo não havia nenhuma dúvida. Que eles estejam espiritualmente vigilantes para o reconhecimento quando chegar a hora.