A DECEPÇÃO DO REI ARTHUR
(29/09/2004)

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Freqüentemente as pessoas são levadas a crer que a vida é uma coisa com a qual não devemos nos ocupar de forma muito séria. Ou se contentam com as idéias pouco claras ensinadas pela religião, ou ficam sendo manipuladas pelos condicionamentos que são repassados através da mídia. Saber mesmo, é um luxo para o qual poucos dedicam o seu tempo.

O que as pessoas querem? Com o que elas ocupam os seus pensamentos na maior parte do tempo? Quantas vezes em sua existência, uma pessoa aplica um pouco de profundidade para examinar qual é o sentido da vida?

A aspereza e a rigidez estão reduzindo o ser humano pela metade do que deveria ser, pois somente o meio ser humano seria capaz de atitudes destrutivas contra o meio ambiente, contra o próximo e contra si mesmo.

O ser humano completo agiria sempre com nobreza de alma beneficiando a vida. Completo é aquele que não utiliza apenas o seu raciocínio, mas que também põe em movimento o coração, o qual transmite a voz do espírito.

O ser humano dispõe da capacidade da livre resolução, mas ela deveria ser orientada pelo coração. Mas como ele se deixou cortar pela metade, a resolução é geralmente tomada pelo raciocínio, com sua frieza e incapacidade de perceber que a vida tem um significado mais profundo daquilo que lhe é dado a perceber.

No filme Rei Arthur, Clive Owen, mostra um Arthur que se esforça em agir com dignidade, desprezando os medíocres de espírito e respeitando as pessoas simples de bom coração. Esse Arthur poderia ter mostrado muito mais sobre dignidade humana, aquela ditada pelo coração de um ser humano centrado na sua essência espiritual e sabedor de que a vida terrena é transitória, uma pequena parte da grande existência em busca da evolução. Mas, já naquela época, era notório como os seres humanos se deixam envolver por fanatismos e pelos sectarismos das regras por eles mesmos inventadas, restringindo os seus horizontes, vivendo de forma rasteira, prendendo-se a ninharias materiais, sem levantar os olhos para alvos mais elevados. Assim ele sofreu uma grande decepção ao perceber que servia a uma Roma injusta e devassa, acorrentada ao poder terreno, restrita ao espaço e ao tempo, fechada para a verdadeira elevação espiritual, afastada da luz através de desfigurações e distorções do conceito do Amor legado por Jesus para toda a humanidade.

Arthur se reunia com seus nobres cavaleiros em uma mesa redonda, no centro da qual havia um recipiente de cor avermelhada. Seria uma imagem do graal? Para sabermos disso teríamos que ser veros perscrutadores, sentindo sincero anseio de poder conhecer a verdade que encobre a existência humana.

Buscar entender o funcionamento da Criação dos Universos é buscar a compreensão da Vontade de Deus, e somente por esse caminho, é que poderemos descobrir quem somos, de onde viemos, e para onde vamos. Na origem da vida e do espírito humano está a perfeição das leis da natureza que atuam uniformemente em toda a Criação.

Ao invés de se integrar e efetivamente fazer parte do mundo em que vive, o ser humano se tornou um estranho, não sabendo mais o que faz bem para o seu corpo e sua mente. Não sabe mais se alimentar corretamente. Serve-se de bebidas prejudiciais e não quer saber quantos malefícios advem do hábito de fumar.

Atualmente há um abismo entre a atuação dos seres humanos e a compreensão da atuação de Deus na Criação. Afastados de sua essência, os seres humanos estão perdendo a capacidade de encontrar soluções duradouras para os problemas por eles mesmos criados, e que agora ameaçam a própria sobrevivência humana. A natureza destruída mostra o quanto estamos distantes do paraíso terrestre. As alterações climáticas, a baixa qualidade de vida, os enormes bolsões de miséria, os rios e mares poluídos, dão testemunho do inferno produzido pelos seres humanos. Ao invés de floridos jardins, produzimos muito lixo e um infernal sistema de vida que esgota as energias físicas e emocionais.

“Hoje, contudo, estamos finalmente perto da hora em que surgirá o próximo grande período na Criação, que será de progresso incondicional e trará o que já o primeiro período com a encarnação do ser humano devia trazer: o nascimento do ser humano pleno e espiritualizado! Desse ser humano que atua favorecendo e enobrecendo toda a Criação de matéria grosseira, como é a verdadeira finalidade dos seres humanos na Terra.” (Na Luz da Verdade, Mensagem do Graal, de Abdruschin, dissertação: A Criação do Ser Humano).