A MISTERIOSA INTUIÇÃO
(24/06/2002)

A palavra intuição é compreendida de diferentes maneiras por diferentes pessoas. Para uns ela é o discernimento rápido, a percepção clara e imediata. Para outros é a capacidade de pressentir acontecimentos ou caminhos que levam a soluções de difíceis problemas. Mas onde e como se origina a intuição? Qual o seu significado?

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É na Mensagem do Graal, escrita por Abdruschin que vamos encontrar os esclarecimentos mais abrangentes e completos: “Na época atual, tão errada, às vezes um camponês é espiritualmente mais desperto e com isso mais valioso na Criação do que um cientista, no qual a intuição pura se perdeu completamente. Existe já um sentido profundo, quando se fala em trabalho árido do raciocínio, ou em erudição árida. Quantas vezes o ser humano mais simples encontra com uma expressão intuitiva infalivelmente o certo. A expressão árido significa aqui sem vida, por conseguinte morto! Não há vida nisso. E essa expressão traz verdade em si”.

Os ensinamentos escolares são em muitas matérias extensos e áridos, tendo pouco a ver com a realidade natural. Desde cedo as crianças têm a sua mente empanturrada de teorias abstratas na maior parte criadas pelo cérebro humano. As crianças devem ter o seu aprendizado observando o inter-relacionamento da natureza e suas maravilhas como as majestosas florestas, rios de águas límpidas, mares e montanhas, e a grande alegria reinante através de sua fauna de variada espécie.

Os meios de comunicação também pressionam a mente com uma enormidade de informações elaboradas de tal forma que penetram em nossoíntimo com formas negativas e destrutivas. Os vídeo games e vídeo clips também dão a sua contribuição no embrutecimento da sensibilidade infantil. Isso tudo sobrecarrega a mente. Ou então, a própria vaidade leva o indivíduo a complicar as coisas para valoriza-las ao invés de buscar a firmeza que há na simplificação. Assim, de geração em geração a intuição se tem esvaído da face da Terra.

Muitos estudiosos estão percebendo que a busca frenética do cérebro para querer compreender tudo está levando a uma congestão mental, travando a tomada de decisões porque os seres humanos estão perdendo a capacidade de distinguir intuitivamente o caminho acertado. Sobrecarregados e inseguros ficam rodeando os problemas, fazendo analises sobre analises. Vacilantes, perderam a intuição até para as coisas mais simples.

A intuição se tornou tão misteriosa e desconhecida devido ao próprio afastamento dos seres humanos que deixaram-na de lado para se apegar com exclusividade ao raciocínio, quando na verdade, intuição e raciocínio deveriam trabalhar juntos. Então, o que é a intuição? De onde ela procede?

Escreveu Abdruschin: “Cada intuição forma imediatamente uma imagem. Nessa formação de imagem participa o cerebelo, que deve ser a ponte da alma para domínio do corpo. É aquela parte do cérebro que vos transmite o sonho. Essa parte se acha por sua vez em ligação com o cérebro anterior, de cuja atividade se originam os pensamentos, mais ligados ao espaço e ao tempo, e dos quais, por fim é composto o raciocínio.”

“Atentai bem, portanto, no processo! Podeis aídistinguir nitidamente quando a intuição vos fala por meio do espírito, ou o sentimento por meio do raciocínio!” (Mensagem do Graal).

Algumas pessoas que não se deixaram dominar de todo pelo intelecto e que por isso mesmo ainda conservam alguma capacidade intuitiva, por vezes vislumbram idéias tão fortes que ao falarem, demonstram tanta firmeza e convicção que para muitos se afigura como ousadia ou impertinência, porque sua palavras são tão penetrantes que extravasam qualquer limitação, indo direto ao âmago do problema sem maiores rodeios ou delongas.

Contudo, tais pessoas sempre encontram resistência exatamente da parte dos seres humanos predominantemente intelectivos, os quais se sentem afrontados por não perceberem que não se trata apenas de agilidade mental, mas sim da utilização de uma certa capacidade intuitiva perdida por eles, a qual os capacitaria a enxergar mais longe. Por isso mesmo não conseguem compreender com a mesma rapidez, procurando criar dificuldades com o seu desprezo ao invés de oferecerem o seu apoio e reconhecimento. A desconfiança impossibilita que haja uma sadia união de esforços. Mas num futuro não muito distante os seres humanos finalmente alcançarão o real progresso, pois somente conseguirão atuar com o equilíbrio entre a intuição e o raciocínio.