UNIÃO INTERNACIONAL
(25/09/2001)

A urdidura é bem feita. Os Estados se submetem aos Regulamentos. Os Estados mais fortes fazem os regulamentos. A miséria e o fanatismo cresceram a margem, até que surgisse a organização do terrorismo informal, e então passasse a confrontar o poder dos Estados, mantendo-se oculta, nas sombras da ilegalidade onde os regulamentos e tratados não exercem nenhuma influência.

Os regulamentos são importantes desde que visem assegurar a paz entre os homens de boa vontade. A sua eficácia está condicionada a que tenham por fundamento as leis da Criação, que uma vez reconhecidas são prontamente aceitas pela intuição dos seres humanos. Contudo, muitos se servem dos regulamentos para satisfazer aos interesses particulares, o que vem por desmerece-los bem como aqueles que os respeitam.

O que vem por aíé uma nova versão da luta entre os que mandam e os que não querem mais obedecer, porque embora na informalidade, também não reconhecem a legitimidade do mando instituído pela religião ou poder econômico, desafiando o poder militar com atentados violentos e destrutivos.

E, essa característica de informalidade concede vantagens adicionais. Não há elevados custos fixos. Não há ministros na área de finanças. Não há dívidas para serem administradas ou que possam ser utilizadas para pressionar o comando. Também não têm que se preocupar com exportações, balança comercial ou déficit em conta corrente. O comando é centralizado, não depende de aprovação e não há a quem prestar contas. Os seguidores obedecem prontamente, pois se sentem envolvidos com a causa.

Assim, os países desenvolvidos vão tomando conhecimento de uma faceta até então desconhecida, pois julgava-se que após a guerra fria, tudo estaria sob controle, mas como se percebe, há muitos riscos e situações potencialmente perigosas que se ocultam na clandestinidade, sejam as máfias, o narcotráfico, os comandos ilegais, ou o terrorismo internacional com fundamento religioso, político, ou meramente econômico.

No mundo globalizado os alvos para ataques terroristas estão espalhados por todos os países, o que faz do planeta um lugar perigoso para se viver, porque há poucas rotas de fuga, e a segurança não consegue cobrir tudo.

Até agora o monopólio da força tem sido uma prerrogativa do Estado, mas o terrorismo abre uma exceção que escapa ao controle dos Estados, criando uma indesejável instabilidade, exibindo sua capacidade de impiedosa destruição mesmo sem um exército regular, causando prejuízos patrimoniais, derrubando os mercados financeiros.

É como se descontentes enfurecidos, pondo o seu ódio e fanatismo em ação contra um sistema de vida ao qual não se enquadram e repudiam, buscassem atrair as atenções gerais para uma divulgação instantânea, provocando pânico e insegurança em escala planetária de tal forma que não possam ser ocultados. De repente em meio a tantas contradições e dificuldades uma prioridade se destaca sobre todas as outras. Combater e erradicar o terrorismo se torna a prioridade máxima, face a ameaça que representa. Antes, porem, deverão ser localizados os ninhos. O congelamento das contas dos terroristas, poderá fazer com que se exponham em violentos ataques surpresa para roubar dinheiro.

Eis que se tornam visíveis as formas de revolta no mundo árabe. Eis que se tornam visíveis as formas de ódio e insatisfação das populações mais carentes espalhadas pelo mundo. No Brasil osíndices de assassinatos é vergonhoso, sem que sejam vistas providencias efetivas no combate à criminalidade e violência. Muitos cientistas alertaram que o crescimento explosivo da população poderia levar o planeta ao seu limite critico, mas quem se preocupou com isso?

Um dos maiores obstáculos que se apresenta em muitos países é a grande disparidade econômica e social, com minoria rica, maioria muito pobre e reduzida classe média. Como lidar com essa desigualdade? A massa mais pobre tenderá a se apegar às lideranças informais que estarão mais próximas a ela, face ao desmanche do poder estatal. A classe média ver-se-á pressionada, sem ter alternativas, enquanto os mais ricos buscam refúgio no dólar como moeda forte. Torna-se indispensável equacionar essa desigualdade corrosiva para que a paz social possa prosperar entre os humanos. Muitas coisas deveriam passar por uma revisão, principalmente as formas de informar e educar as populações, bem como os conteúdos culturais e ideológicos que circulam pela mídia global formando a base psico-social da população. É hora de por um basta na escola eletrônica dos vícios, do crime e da violência.

Agora se esboça uma indispensável união internacional para combater o terrorismo para restabelecer a estabilidade e combater a insegurança geral. Quando surgem ameaças, os seres humanos põem de lado as rivalidades para combater o inimigo comum. Mas por que se unem apenas nos tempos difíceis? Por que não estiveram sempre unidos visando a melhora da qualidade de vida e o beneficiamento geral, preservando o meio ambiente, educando com sabedoria?

Houvesse isso acontecido, não estaríamos vivendo neste sombrio cenário que possibilitou o surgimento e o fortalecimento do terrorismo contra o atual sistema, por que ele procede da insatisfação, do medo e do ódio, sem que haja espaço para a confiança mútua entre os povos.