CISÕES E CONFLITOS
(19/09/2001)

Os seres humanos sempre desejaram um mundo melhor, para si e seus familiares. O início deste século 21, que corresponde ao início do terceiro milênio, pôs à mostra fantasmas que há muito se mantinham ocultos. Os seres humanos falam de paz, mas é muito difícil saber o que realmente preenche os seus corações. Somente quando ocorrem as grandes tragédias é que se pode aquilatar, com mais segurança, o conteúdo psico social de um povo.

O povo americano mostra nitidamente um forte sentimento de coesão em torno de seu País e dos símbolos que caracterizam o seu modo de vida. Mostram também uma certa alienação sobre o que se passa no resto do mundo, surpreendendo-se agora com a manifestação de um ódio até então não percebido nitidamente, ódio que se manifestou de forma perversa e traiçoeira. Alguns se perguntam o por que desse ódio. Muitos porém querem vingança com urgência, mas deverão acautelar-se para não dar início a um processo que poderá se tornar irreversível em termos de ocorrências catastróficas para o mundo. Mas como buscar a paz num mundo dominado pelo terrorismo, pelos conflitos e pela desorientação espiritual? Os seres humanos deverão ansiar pela paz do fundo de seus corações.

O fato é que o início do terceiro milênio, bem poderia se prestar para uma profunda e sincera análise sobre a vida, a ser feita não só pelos americanos, mas por toda a humanidade em suas diversas facções ideológicas, sejam judeus, cristãos ou muçulmanos, pois somente através da sincera vontade de encontrar os erros e acertos, é que poderão criar uma convergência em direção a paz verdadeira e duradoura, pois doutra forma será muito difícil evitar que venhamos inaugurar o milênio com ataques nucleares, conforme já fora anunciado em Fátima como advertência aos seres humanos em geral e aos cristãos em especial, mas as mensagens ficaram retidas, sem serem postas em prática. Sobre este assunto ver "O Livro do Juízo Final", de Roselis von Sass.

Existe um único Criador, o Altíssimo Todo Poderoso, Senhor de Todos os Mundos, que construiu o planeta para que os espíritos humanos pudessem, através da encarnação na matéria, fortalecer a sua auto-consciência e individualidade, como hóspedes temporários, não como donos.

Mas os seres humanos se deixaram envolver pela mania de superioridade e, movidos pela cobiça de poder, criaram desarmonias e cisões. Ora, as cisões existem porque os seres humanos criaram teorias religiosas adequadas aos seus interesses mais imediatos, afastando-se do real saber das leis que regem a Criação. Assim as facções passaram a se confrontar atirando na lama a paz e a harmonia entre os povos, preocupando-se tão somente com seus egoísticos objetivos de conquista do poder terreno.

A humanidade avança celeremente sobre o tempo demarcado para a sua evolução, aproximando-se da grande colheita, o estágio em que os efeitos cármicos serão fortalecidos e acelerados, uma época de muita destruição e sofrimentos, posto que os seres humanos não buscaram pelo saber verdadeiro, semeando apenas com a própria vontade egocentrica. Após os atentados de setembro é outro o cenário mundial. Mais tenso, mais sombrio. O Brasil endividado também terá aumentadas as dificuldades.

Por ora brandem os açoites dos ódios mútuos, da sede de vingança. É como num mergulho, chega um momento limite, que não dá mais para retroceder, mesmo que se queira. Estaremos muito próximos ao limite, ou o mesmo já foi ultrapassado? Estaremos na eminência de sucessivos ataques e revides assustadores? Em que momento estamos presentemente?

Com seus ódios e ressentimentos os seres humanos permanecem estagnados, semeando destruição, sem a sincera vontade de retroceder até as causas e descobrir enfim que há apenas um Deus, e que as cisões e os conceitos distorcidos, foram criados pelos próprios seres humanos que ampliaram os ódios e ressentimentos acirrando os conflitos, ao invés de buscar pela Luz da Verdade, única apta a mostrar o caminho no caos contemporâneo. Mas isso exige o que é mais difícil, exige a verdadeira humildade espiritual que reconhece o Criador e Suas leis como elas realmente são, e não como gostariam que fosse em sua restrição intelectiva cheia de caprichos.

Ao invés de se buscar pelo verdadeiro saber, temos oferecido às novas gerações, de um lado a indiferença pelo significado espiritual da vida, estimulando-se a superficialidade e todos os tipos de abusos e excessos, através de filmes e leituras recheadas de perversões sexuais e violência. As novas gerações permanecem indolentes, como se não tivesse rumo. Do outro, ensina-se o ódio tomando-se por base as desigualdades econômicas, o militarismo prepotente, o modo de vida considerado pervertido e os antagonismos raciais e religiosos. Aos jovens é oferecido o propósito de vida na luta contra os infiéis. Mas em ambos está faltando o essencial. Falta o ensino da realidade espiritual da vida.

As novas gerações deveriam ser orientadas para o reconhecimento da verdadeira trajetória espiritual da humanidade e seus descaminhos. Não as divergentes histórias contadas pelas religiões, mas a real e objetiva, esclarecedora do real significado da vida. Somente assim poderá ser alcançada a verdadeira paz entre os povos.