COMO PREPARAR OS JOVENS?
(16/08/2001)

Esta, sem dúvida nenhuma, deveria ser uma das maiores preocupações de governantes, empresários e familiares. Enfim, todos os segmentos da sociedade humana deveriam manter constantemente as atenções voltadas para o bom preparo dos jovens, mormente num país retardatário como o Brasil, cuja evolução depende essencialmente da qualidade humana de sua população.

Se quisermos assegurar um futuro brilhante, não podemos descuidar da preparação da juventude as bases para uma sadia formação de verdadeiros seres humanos empenhados em aprender sempre colocando em prática os conhecimentos adquiridos para a correta utilização dos recursos que a natureza deposita em nossas mãos.

Então, o primeiro passo na educação infantil, é a integração ao mundo em que vivemos. Rios, florestas, montanhas e os habitantes do reino animal devem se tornar amplamente conhecidos das novas gerações para que, em reconhecendo o dinamismo do equilíbrio ecológico, abram suas mentes para a grandiosidade da Criação e suas Leis perfeitas e imutáveis, com milhões de sol, girando em suas órbitas, acompanhados por bilhões de estrelas.

Essa deve ser a base para formar o cidadão do mundo que ama a liberdade, mas detesta a opressão. Que respeita os direitos, mas exige o cumprimento dos deveres.

Então, este cidadão, eterno aprendiz da Criação, estará apto a viver beneficamente, respeitando as diferenças raciais e culturais, respeitando o meio ambiente e as espécies da flora e da fauna. Será um beneficiador, e não um perturbador.

Aprenderá a trabalhar em equipe, de forma leal e verdadeira, em clima de cooperação sem que haja aquela hipocrisia de uns dominarem os outros para benefício próprio. Deverão adquirir seriedade, disposição para estudar e trabalhar, desenvolvendo seus talentos e capacitações individuais, atuando assim de forma vibrante sobre o seu ambiente, com a consciência de estar produzindo o melhor de si. Quando todos produzirem o melhor de si, haverá eficiência, qualidade, produtividade, e real combate à miséria.

Mas o que temos feito? Os jovens já não lêem. A mídia mostra principalmente que as elites agem com pouca seriedade, sem respeito ao bem comum, administrando pessimamente os recursos públicos, pondo de lado os reais interesses da população. A programação televisiva e os filmes para os jovens, não oferecem estímulos enobrecedores. A tônica é reforçar os medos, principalmente o da morte. E, sobre esse medo: sexo, violência, drogas, desentendimentos e conflitos, promovendo um progressivo embrutecimento da consciência, mostrando uma vida de falsa felicidade como o ideal a ser alcançado.

Os jovens necessitam de esperança e alegria em seus corações, complementadas por atitudes enobrecedoras, amor, respeito à vida e ao meio ambiente.

Para construir um mundo melhor, não adianta estimular os jovens a serem agressivamente competitivos visando apenas ganhos imediatistas. Eles devem aprender a manejar o dinheiro corretamente sem se tornarem escravos dele, ou indiferentes a ele.

Se efetivamente desejarmos melhoras na qualidade humana que habita o planeta, teremos que desmontar o sistema educacional linha de montagem, onde os seres humanos são tratados como peças produzidas em série, descartáveis e de baixo custo.

A falta de maior preparo está levando a humanidade a limites críticos, a começar pelo seu crescimento vertiginoso, restringindo as condições de vida, ampliando as precariedades em todos os sentidos, inclusive educacionalmente. Nas grandes cidades do Brasil a decadência é tão acentuada que os jovens não assimilam as explicações do telecurso, mormente em matérias como matemática, física e química. A presença do professor se torna indispensável, principalmente pela ausência de uma adequada estrutura emocional de muitos alunos cuja família se desestruturou também.

A questão há que ser muito bem avaliada, ensinando-se a esses jovens o que eles conseguem aprender, impedindo um nivelamento por baixo, retirando a oportunidade daqueles que têm melhores condições de aprendizado.

Enfim, preparar os jovens é uma das mais altas responsabilidades da sociedade humana, devendo envolver o empenho não só das autoridades públicas, mas do setor privado, da mídia e das religiões. Trata-se de uma questão prioritária pois dela depende o próprio futuro da humanidade, ameaçado pelo aumento da ignorância e embrutecimento do caráter.

Adquirir discernimento, bom senso, iniciativa, atenção e vontade de fazer bem feito. Sem esta última nada produzirá resultado. A vontade de fazer bem feito, vem doíntimo de um indivíduo consciente, não robotizado.

Com uma população assim educada, os próprios indivíduos acabam resolvendo os seus problemas, sem que o Estado tenha que prover-lhes tudo, desde o pente até a cesta básica, reveladora de uma situação constrangedora. Os seres humanos verdadeiros, não querem esmolas. Querem a oportunidade de poder resolver os seus problemas com o esforço próprio.